Pesquisas: saiba o que você come



Uma gastronomia "fora do tempo e do mundo das mercadorias, embora viva e deleitante."

Vupes, o cozinheiro dos jagunços


Há 60 anos surgiu Grande Sertão: Veredas. Aventuras e desventuras do jagunço Riobaldo, traçando uma imagem imortal de um sertão entre o imaginário e o real que expressa as dimensões do drama humano num ambiente absolutamente singular. Além disso, trata-se de uma experiência de linguagem que fez do livro uma das principais obras da literatura universal e brasileira. 




Nesse livro, o sertão não é só “o penal, criminal”, como escreveu Guimarães Rosa. Ele mesmo lembrou que é o Chapadão, que beira até Goiás, e que “os gerais desentendem de tempo”. Lugar que carece de fechos e está em toda parte. 



“Estes seus vazios. O senhor vá. Alguma coisa ainda encontra”. E encontra, do de comer, a abóbora d´água; abóbora moranga; angu; assados e guisados; barreado; biaribu; caçaroladas; carne-de-sol; carne de suadouro; caruru; catana; churrasco; coité; curimatã; dourado; farinha de buriti; grelos de bambu; limonada de pêra-do-campo; mangaba; maria-gomes; lombo de capivara; mariquita; palmito; saieta; torresmos; requeijão; jacuba… “O sertão não chama ninguém às claras; mais, porém, se esconde e acena”.


Tudo está no livro, não no cardápio de qualquer restaurante. Quem quiser comer do sertão, nem precisa ser jagunço ou vaqueiro - como na foto igualmente imortal de Maureen Bisilliat, que aqui se vê - mas precisa pesquisar como essa gente comia e come, porque está fora do tempo e do mundo das mercadorias, embora vivo e deleitante. 






Vupes, um personagem que vai caminhando nas bordas do drama, era um mestre da cozinha do sertão, cozinheiro dos jagunços. Ribaldo diz sobre ele: “O senhor imagine: parecia que não se mealhava nada, mas ele pegava uma coisa aqui, outra coisinha ali, outra acolá – uma moranga, uns ovos, grelos de bambu, umas ervas – e, depois, quando se topava com uma casa mais melhorzinha, ele encomendava pago um jantar ou almoço, pratos diversos, farto real, ele mesmo ensinava a guisar, tudo virava iguarias!” Gente ligeira, itinerante, de pouca tralha. Talvez o pai da filosofia lobozó. 



Os Vupes é que fazem o sertão de comer. O presente precisa de Vupes que, inclusive, leiam Guimarães Rosa. Leiam para achar o sertão que perderam entre os dedos, ao abrir a mão para tomar das gôndolas dos supermercados. 



Vupes é olhar um Brasil de comer que pouca gente vê, entorpecido pelo excesso de técnicas, temperos e regras de harmonização. “De repente, por si, quando a gente não espera, o sertão vem”.

Postado por carlos alberto doria no blog:
 
 






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Sabe aquele seu delicioso cafezinho? Ele acaba de ganhar o 'direito' de carregar mais um veneno para a sua xícara. 

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Como a indústria nos engana e prejudica a nossa saúde… Uma ampla investigação a nível mundial mostrou os segredos que esconde a indústria do peixe … E todos temos que saber... Assista ao vídeo clicando no link abaixo.

O alimento mais tóxico do mundo e você o consome sem saber


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  A farinha de trigo do pão nosso de cada dia....


 

A (má) qualidade da farinha brasileira: sem saber, comemos alvejante e ‘melhoradores’ | Gastrolândia – por Ailin Aleixo


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Leopoldo Costa


Reabilitando as virtudes do ingrediente secreto de sua avó e começar a cozinhar.
Você sabe que dizem "tudo velho é novo de novo"? Bem, se você se lembrar de sua mãe ou avó cozinhando com banha ... Ela está de volta, e em grande forma. Por quê?





Voltando no tempo, na América a banha era considerada como uma boa fonte tradicional de gordura, com cozinheiros usando quase exclusivamente a banha para preparar tortas crocantes, frituras, e uma miríade de outras coisas, incluindo até a fabricação de sabão. Mas em 1953, o cientista americano Ancel Keys popularizou a "hipótese lipídica" em seu livro "Comer Bem e Ficar Bem", afirmando que "Existe uma relação direta entre a quantidade de gordura saturada e colesterol na dieta, com a incidência de doença coronariana do coração." Isto levou a acreditar que alimentos ricos em gordura são "perigosos" e "não saudáveis", passando a subsequente adoção de dietas com baixo teor de gordura.

A dieta industrial moderna, com  ênfase a alimentos com baixo teor de gordura, sem gordura ou com gorduras "saudáveis" como o óleo de canola e margarina, é apenas isso, um produto da indústria moderna. A hipótese lipídica tem muitos críticos, e as pesquisas tem colocado em dúvida a sua validade. Importantes fontes de gorduras saturadas de animal (e vegetal) suprem a energia necessária na dieta, fornecendo elementos essenciais na construção das membranas celulares, e agem como transportadores das vitaminas lipossolúveis A, D. E e K.

Gorduras de origem animal - banha, sebo, gorduras de pato e ganso - e de fontes vegetais - azeitonas, coco, linhaça - fornecem ao nosso organismo,  ácidos graxos importantes para manter os ossos saudáveis ​(auxiliando a absorção de cálcio), e para reforçar o sistema imunológico.

As gorduras modificadas tecnologicamente não têm nenhum desses benefícios. A questão de escolher quais as gorduras a consumir é muito importante e, é fundamental estudar as pesquisas sobre gorduras tradicionais, principalmente os estudos de Mary G. Enig, Ph.D, Sally Fallon, e do Weston A. Price Institute.

Tudo sobre a banha




A banha ou gordura de porco, possui cerca de 40 por cento de gordura saturada, 48 por cento de gordura monoinsaturada  e 12 por cento de gordura poli-insaturada. A quantidade de ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 variam de acordo com a alimentação recebida pelo porco, tornando a gordura do porco criado em pastagem, a melhor escolha. A banha também é uma boa fonte de vitamina D.

Pode ser contraditório, mas cozinhar com banha de verdade só pode ajudá-lo a levar uma vida mais saudável; algumas pessoas usavam a banha para espalhar no pão, em vez de manteiga.

No entanto, nem toda banha é saudável. A maior parte da banha disponível nas prateleiras dos supermercados foi produzida de  animais criados em cativeiro, hidrogenada, branqueada e desodorizada e com a adição de emulsificantes e outros produtos químicos. Fique longe dela!

A banha saudável, uma fonte de gordura saturada benéfica, deve ser proveniente de suínos criados livres em pastagens, especificamente da  gordura que é depositada em torno dos rins do animal. Pode-se adquirir o toucinho em um açougue, em um pequeno abatedouro, (às vezes dado de graça), ou de um criador. Uma vez processada, este tipo de banha de porco tem leve sabor de carne de porco e pode ser utilizada com excelentes resultados em panificação, pois os grandes cristais de gordura produzem uma crosta excepcionalmente floculada.

A preparação de banha é uma das tarefas mais fáceis que podem ser executadas na cozinha. Realmente é. Há duas maneiras básicas de fazer isso, alguns dizem que o método de derreter na água produz uma banha de sabor mais suave, mas se for feito com cuidado e corretamente, de qualquer forma vai produzir um produto desejável.

PREPARAÇÃO A SECO
Uma vez adquirida o toucinho de um produtor, ele deve ser cortado em pedaços (se já não vier). Enquanto ainda estiver congelado, passá-lo em um processador de alimentos usando lâmina de metal ou no moedor para obter pedaços ainda menores. Quanto mais fino os pedaços, menos tempo ele vai precisar ficar no forno.

1. Aqueça o forno a 225 graus F. (110 graus C)

2. Coloque numa assadeira grande a gordura picada.

3. Asse lentamente, durante 30 a 45 minutos, ou até que a gordura derreta e partículas de proteínas (torresminhos) flutuem na superfície. Quanto menos tempo ela ficar no forno é melhor, pois muito tempo no calor pode produzir um indesejado sabor forte de carne de porco devido à fritura das partículas de proteínas (torresminhos).

4. Com uma escumadeira separe os torresminhos que podem ser usados para alimentar as galinhas ou cães - algumas pessoas apreciam colocar sal e comer os torresminhos como aperitivo.

5. Coloque uma peneira forrada com um pano duplo numa tigela grande e despeje a gordura líquida amarelada sobre ela. Isto irá remover todas as partículas sólidas remanescentes. Repita a operação usando um pano novo.

6. Despeje a banha líquida com auxílio de funil em potes de vidro limpos, deixando-os esfriar a temperatura ambiente durante algumas horas.

7. Guarde-os na geladeira ou no freezer. Uma vez totalmente resfriada a banha de porco solidifica passando da cor amarela para branca-neve. Ela vai conservar-se por muitos meses.

Tradução, adaptação e ilustração por Leopoldo Costa do artigo de Karen Keb com o título de "100% Natural Lard" publicado na revista "Grit" Estados Unidos, edição v.130 n.5 setembro-outubro 2012.

 Se quiser veja o original em Inglês :
 http://stravaganzastravaganza.blogspot.com.br/2012/08/lard-is-considered-as-good-source-of-fat.html


 No ComTradição usamos apenas banha de porco e azeite de oliva...  oleos e gorduras vegetais não entram no preparo de nossos alimentos. Saiba por que;

O óleo vegetal é um veneno
A banha de porco é mais saudável!

Houve um tempo em que a humanidade só consumia gordura animal. Foi no inicio do século XX que se iniciou o consumo do óleo vegetal ao ponto de sua quase total substituição a gordura vegetal. Propagou-se por muito tempo que o óleo vegetal era mais saudável e além da soja tantos outros foram apresentados como alternativas melhores para o uso alimentício dos óleos. 

Esse mito começa a cair e em Búzios temos um médico, o Dr. Romualdo Lima, o Doc, que nos explica: “Até 1911 não havia nenhum registro de infarto do miocárdio nos Estados Unidos, foi justamente nesse ano que se introduziu o óleo vegetal no mercado, o Dr. Paul White fez um estudo que constatou que em 1930 foram registrados 300 casos de infarto e em 1960 já eram 30,000 casos. Existem inúmeros produtos no mercado que afirmam ser ‘saudável’, mas a verdade por trás de cada produto é revelada lentamente, ao longo do tempo, quando estes produtos começam a afetar a sua saúde, e as revelações são feitas quanto à salubridade real de um determinado produto.

O caso é semelhante com óleo vegetal hidrogenado, que pode ser considerado um verdadeiro veneno ao organismo humano”. Doc, ainda explicou que na década de 80 começou a se divulgar amplamente o mal causado pelos óleos vegetais, em especial os de milho, girassol e soja. Entre os males causados por eles estão inclusive o câncer. 

Nesse embate entre indústria e medicina a indústria aparentemente saiu ganhando e através das armas de propaganda conseguiu propagar a superioridade do, até então desconhecido, “óleo de canola”. “Na verdade o óleo de canola é uma grande fraude. Se fez acreditar que esse óleo era o mais saudável e melhor no preparo de saladas e outros alimentos. Mas a verdade é que não existe uma planta chamada canola. O chamado ‘Óleo de Canola’ foi desenvolvido geneticamente pela hibridação da Colza. O óleo dessa planta é tóxico. O óleo de canola é uma substância venenosa, um óleo industrial que não pertence ao corpo”, alertou.

No Brasil uma informação preocupante acompanha o óleo de canola, ele está presente até mesmo em formulações infantis como o NAN e, segundo índices do Ministério da Saúde, virou sinônimo de saúde para nove em cada 10 profissionais da área. Em contraste a esses óleos nocivos a saúde Doc nos falou sobre o óleo de coco, e até mesmo da banha de porco, como uma alternativa muito mais saudável que esses óleos e cita os estudos de diversos cientistas sobre o assunto: ¹ “O óleo de coco extra virgem auxilia no balanceamento das taxas de colesterol do sangue por manter ou aumentar o índice do bom colesterol (HDL), contribuindo para a prevenção e o tratamento de doenças cerebrais e cardiovasculares” e acrescenta o básico para iniciar uma revolução na saúde integral de cada um: “ Frutas (de preferência orgânicas), peixes, ovo, leites de coco, amêndoa, óleo de coco, muita água, verduras e vegetais”.


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  Desde quando milho transgênico é milho?



Nosso pão de milho transgênico de cada dia

POR BAB FRANCA



Excelentíssimos Senhores Vereadores e Deputados do Estado do Acre (os que são e os que assumirão), venho solicitar pública e respeitosamente de Vossas Excelências, muita atenção ao assunto que abordarei nestas breves linhas. Irei direto ao assunto: Excelentíssimos, nós acreanos, com “e”, filhos, netos, bisnetos e tataranetos de nordestinos, caboclos e sírio-libaneses, acostumados há décadas a comer o saboroso cuscuz de milho no café da manhã, que, aqui no Acre, antes da chegada dos colonizadores sulistas na década dos 1970 era mais conhecido como “pão de milho”, estamos correndo grande risco de saúde por estarmos há alguns anos nos alimentando de milho transgênico, ou seja, milho geneticamente modificado.

Estive em todos os supermercados de Rio Branco, fiscalizei e verifiquei que nas prateleiras reservadas aos derivados deste produto, para minha grande decepção e espanto, nenhuma das seis marcas encontradas ofereciam derivados de milho natural. Todos os supermercados trabalham com milho transgênico, nenhuma marca trabalha com milho de procedência natural - a única diferença entre elas, era o tamanho do “T” de transgênico.

Penso que não sou obrigado a me alimentar da maneira que os governos estadual e federal arbitram e determinam. A população brasileira, pacificamente acomodada, aceita qualquer produto que lhe oferece sem sequer questionar a liberdade de escolha e consumo, e o que é pior, paga sem reclamar o preço e não tem o hábito de verificar a data de validade. Eu, cidadão brasileiro pagador de tributos, sugiro que Vossas Excelências criem projetos de lei municipal e estadual propondo às prefeituras e ao governo estadual a obrigatoriedade de todas as redes de supermercados do Acre a exibirem em suas prateleiras a informação “produtos transgênicos”, em letras graúdas e em cores vivas. Assim sendo, quem gosta deste tipo de produto, o consome, e quem não se interessa pelo mesmo, passa longe, e quem nem sabe do que se trata, pode se interessar e pesquisar sobre o assunto.

Como não existe a possibilidade de se comprar derivados do milho normal e natural nos supermercados de Rio Branco, sugiro que Vossas Excelências enviem projeto de lei para o governo no sentido de se criar uma lei que obriguem o comércio a importarem uma quantidade determinada de milho do Peru e da Bolívia, países que não cultivam grãos transgênicos e tem uma grande diversidade de tipos de milho orgânico. Sabe-se que estes países tem tradição milenar no cultivo deste precioso alimento, e o que é melhor, estão bem próximos de nós. Fica bom e viável do ponto de vista econômico também, além de que, é melhor para a saúde.

O milho é o alimento principal da América Latina. No Brasil, existem mais de 20 itens culinários à base de milho. Exemplos: mugunzá, pamonha, canjica, angu, broa, bolo, pão de milho, polenta, aluá etc. Precisamos ter mais zelo com a alimentação das crianças do nosso país, temos que ter o mínimo conhecimento sobre o que compramos e de que nos alimentamos. Nem mesmo os cientistas poderão explicar ao certo o que poderá ocorrer com a saúde de quem se alimenta de grãos transgênicos. Quem sabe, talvez algum fanático defensor, por motivos corporativistas ou partidários, se insurja contra este apelo. Como já dizia meu tataravô, é melhor prevenir que remediar. Atenção senhoras mães, donas de casa, seus filhos correm sério risco de se transformarem em Frankensteins, sua filha grávida pode desenvolver fetos com anomalias físicas e cognitivas.

Sou neto de Domingos do Rêgo Leite, pai de minha mãe Maria Deusa de Farias Leite. Esse guerreiro potiguar, natural de Apodi, foi um dos primeiros homens a trazer grãos do nordeste para plantar no Acre. Ele cultivou um belo milharal em um grande roçado onde se produzia quase tudo, inclusive cana-de-açúcar. Tarauacá teve a sorte da chegada deste homem de bem em suas terras no início do século 20. Minha mãe aprendeu com minha avó Olinda Farias Nobre a fazer o pão de milho com o milho ralado, amarrado no pano úmido numa tampa de panela ou prato raso. Depois fazia-se a cobertura com leite de castanha verde, e se servia quentinho. Isso é qualidade de vida. Da pena ver o povo pobre, ingênuo e humilde da nossa terra, comendo cuscuz transgênico nos mercados pela manhã.

A limitação da participação da sociedade, que depende do grau de conscientização quanto aos problemas ambientais, do seu nível de organização e da existência de comunicação entre a sociedade e a administração pública, é que nos faz andar devagar. Por isso, o Brasil tende a crescer sem qualidade e lentamente. E é exatamente por isto que estou tomando esta iniciativa. O antigo grego Hipócrates, considerado o pai da medicina, dizia: “Que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu remédio seja o teu alimento”. Nossa qualidade de vida depende da nossa atuação, comportamento e atitude.

Em tempo: o cultivo de milho geneticamente modificado foi liberado no Brasil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que desconsiderou os conselhos do Ibama , Anvisa e outros sobre os riscos que este tipo de cultura poderia causar.

Bab Franca é artista plástico

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No ComTradição o purê de batata doce acompanha a costelinha de porco assada no forno a lenha






A abordagem da alimentação na escola não deveria se limitar a cultivar hábitos saudáveis, numa visão que coloca o alimento como nutriente e a responsabilidade nos ombros do sujeito que come. A escola é o lugar das interações sociais, produtora de sentido (CARRANO, 2009) e instituição cultural (PÉREZ, 1999). Portanto, é necessário ampliar os olhares para o valor da Alimentação Escolar. Esta é uma poderosa ferramenta para matar a fome de conhecimento, renovando o entendimento sobre a relação com a comida, afim de engajar e transformar pessoas, comunidades e sociedades.

Desde 2009, a Lei de Alimentação Escolar (11.947) oficializa o olhar cultural sobre o comer e inclui a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) no processo de ensino-aprendizagem, que deve perpassar o currículo escolar. Essa política pública estimula o respeito às tradições alimentares e à preferência alimentar local saudável; o desenvolvimento biopsicossocial; e amplia a presença de outros profissionais na escola, com proposta interdisciplinar e intersetorial. Também determina que ao menos 30% dos alimentos comprados para a refeição escolar venham da agricultura familiar local, preferencialmente produzidos de forma agroecológica ou orgânica.

A esta legislação soma-se uma nova Resolução (Nº26 de 17/06/2013) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ela permitirá à escola colocar a comida no centro do debate sobre os desafios contemporâneos. O alimento passa a ser considerado “ferramenta pedagógica” para as ações de Educação Alimentar Nutricional, que deve ser “transdisciplinar, intersetorial, multiprofissional, de prática contínua e permanente” (art. 13). Nesse sentido, justifica-se a ampliação do significado desse aprendizado alimentar, em busca de uma articulação mais integrada com os membros da comunidade escolar e a sociedade civil.

Outro ponto importante da Resolução é estimular a formação de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, com a alimentação na escola. Aqui, podemos considerar professores, inspetores, gestores, pais, entre outros. Dinamizar o currículo; promover metodologias inovadoras para o trabalho pedagógico; e estimular o desenvolvimento de tecnologias sociais, voltadas para o campo da Alimentação Escolar são algumas das recomendações. Falar de alimentação e escola, portanto, é olhar para o indivíduo e a sociedade.

O sociólogo francês Claude Fischler1 comentou que nos últimos anos tem se dedicado a pesquisas sobre alimentação no contexto escolar. Para ele, a sociedade depende da escola para a educação alimentar das crianças. Por isso, o tema está em alta nas pesquisas acadêmicas, em congressos científicos e debates com lideranças políticas internacionais, como a primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama; e a chef norte-americana, Alice Waters, idealizadora do projeto Edible Schoolyard, que influenciou diretamente o posicionamento de Michele neste campo. Trata-se de um novo tema de investigação e debates, que no Brasil está sendo estudada em diversas áreas de conhecimento. Fischler aponta que, antes, não comer era um problema; agora, configura-se num desafio diário e ameaçador.

Comer e conhecer estão entrelaçados no processo educativo para a vida, e na construção da cidadania. As palavras sabor e saber vêm da mesma fonte etimológica: sapere. Sabedoria (Sapientia) quer dizer conhecimento saboroso; e o sábio (sapio) é aquele que saboreia. Aprender tem gosto. Deve ser saboroso e com prazer. Por isso, há de se reconhecer a existência das intenções culinárias na busca pelo sentido da Educação em Saúde.

Saber o que se come diz respeito à identidade cultural, autonomia e consciência crítica para deliberar sobre o que se coloca no prato e participar das tomadas de decisões sobre o rumo do sistema alimentar moderno. É o caso, por exemplo, do debate sobre os transgênicos, pautado por controvérsias que colocam em xeque as implicações e compromissos entre ciência e democracia. O Brasil é o segundo maior produtor de transgênicos, Soja, milho e algodão modificados geneticamente ocupam 40,7 milhões de hectares, segundo estudo da consultoria Céleres2. Já o diálogo com a sociedade, sobre a positividade ou negatividade de seu uso,avança lentamente.

Buscar sentido em comer, cozinhar e compartilhar as refeições se faz urgente num tempo em que o indivíduo se sobrepõe ao coletivo e as refeições em casa são compartimentadas e herméticas, assim como as pedagogias que segmentam o conhecimento. Faz sentido acessar a memória gustativa para refletir sobre a contemporaneidade; convocar os poetas, educadores, artistas e literatos para ampliar a visão e os significados sobre o ato de se alimentar.

Para prosseguir nessa empreitada, é preciso resgatar o sentido das palavras educar e crítica. Educar vem do latim educare, que originalmente significava criar, nutrir, amamentar, cuidar. Depois, passou a significar instruir, ensinar. Educare também tem o sentido de ex-ductere (educere) que significa conduzir para fora, lançar, “tirar de dentro”, parir, produzir. Tais significados parecem completar-se demonstrando, por um lado, que para educar seria necessário alimentar, nutrir. Aquele que está sendo educado nutre-se de conhecimentos. Por outro, indica que este processo deve partir de dentro, sendo necessário ter fome e demonstrá-la (GARCIA, 2001, p. 95 e 96).

A tão desejada consciência crítica, da qual espera-se incutir nos aprendizes, também tem relação com o comer. Crítica deriva do grego krinein, que quer dizer julgar, separar, distinguir. Ora, o degustador profissional de comida ou vinho exerce a crítica. Ele não come indiscriminadamente tudo que lhe chega à mesa. Apenas prova. E ao corpo caberá fazer o julgamento e dar sua sentença: é bom ou ruim. O sabor tem sempre a palavra final, sob esse aspecto (ALVES, 2011, p.61). Trazendo essa ideia para o aprendizado, as informações que chegam aos aprendizes devem, da mesma forma, ser degustadas, ao invés de incorporadas, sem julgamento ou crítica.

A partir dos significados de educação, saber e crítica é oportuno propor uma associação entre o comedor biológico e o comedor cultural, tal como o sociólogo Claude Fischler definiu o homem onívoro. Assim, educar é nutrir, aspecto fisiológico e vital para a sobrevivência humana. Da mesma maneira, as disciplinas são elementares para o conhecimento escolar. Saber é descobrir sabores, característica social, construída pelo convívio entre alunos, professores, amigos e família, tal qual o ambiente escolar proporciona. Trata-se de um conhecimento que não está apenas no conteúdo. É apreendido na experiência saborosa da sociabilidade e do aprendizado com o cotidiano. Portanto, educar, saber e exercer um olhar crítico para o mundo não podem ser dissociados. Essa ligação inerente pode ser aquecida pelo sabor do conhecimento, escolar, científico e popular, além do calor do fogão.

Cozinhar é um exercício de autonomia e consciência de si, do outro e do mundo. Em novo livro, Cozinhar: uma história natural da transformação (Editora Intrínseca), o jornalista e ativista alimentar Michael Pollan, que tem investigado o modo como os norte-americanos se alimentam, conclui que encontrou resposta para suas inquietações na cozinha. Ela começa em questões particulares: como cuidar da saúde e bem-estar, e melhorar o relacionamento com o filho adolescente. Mas avança para temas políticos: por exemplo, qual seria a orientação mais importante para ajudar a mudar o sistema alimentar de um país, tornando-o mais saudável e sustentável. Outras questões são de ordem filsolófica: como compreender a relação do homem com o mundo natural. Foi à beira do fogão que suas perguntas foram sendo cozidas. Em entrevistas concedidas durante sua passagem pelo Brasil, em agosto, Pollan destacou que em 30 minutos dá para preparar uma boa refeição – não é complicado, nem pesaroso. Mas tem que praticar. O autor eitera em seus comentários que as refeições é que devem se encaixar nas agendas e não o contrário. Defende a cultura como ferramenta para conscientização. Mandar todo mundo para cozinha não é utopia – mas é revolucionário…

Ao refletir sobre as relações entre educar/nutrir, saber/sabor e crítica/degustação, o pensamento de Paulo Freire é pertinentem ao considerar que não se deve separar o cognitivo do emocional no aprendizado:

“Estudamos, aprendemos, ensinamos e conhecemos (…) com o nosso corpo inteiro. Com os sentimentos, com as emoções, com os desejos, com os medos, com as dúvidas, com a paixão e com a razão crítica” (1998, p. 8).

Tendo em vista as demandas da Lei de Alimentação Escolar e uma reflexão a respeito da interseção entre alimentação e educação, busco apontar a sinergia entre esses dois campos. É vital estreitar e evidenciar os elos por meio da interdisciplinaridade, visando uma atitude transdisciplinar, considerar a memória, o afeto e os sentidos, seja no refeitório ou na sala de aula. 


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O poder do orégano

Tempero é anti-inflamatório, combate o diabetes e pode substituir o sal na comida
por Antonella Zugliani

17/08/2014 6:00 


Tempero-chave da cozinha italiana, o orégano tem ação antioxidante e anti-inflamatória. Também é um bom substituto para o sal, já foi apontado como alternativa no combate ao diabetes e, agora, antimicrobiano. Um estudo da Embrapa, conduzido pela pesquisadora Janine Passos Lima da Silva, doutora em Ciência de Alimentos, mostrou que o óleo essencial de orégano, aplicado à maionese caseira, aumenta o prazo de validade do produto de 28 para 42 dias, sob refrigeração.


A maionese caseira é um ambiente propício para a proliferação da bactéria Salmonella enteriditis, responsável por 40% dos casos de doenças transmitidas por alimentos, segundo dados do Ministério da Saúde de 2000 ao início de 2013. Na pesquisa, o óleo essencial do orégano desestabilizou a membrana externa da célula bacteriana, evitando sua propagação.

— Esse é o tipo de pesquisa aplicada que contribui para que o consumo do alimento seja mais seguro — afirma a pesquisadora.


No dia a dia, a folha seca do orégano, facilmente encontrada nas prateleiras de supermercados, também tem vantagens, e pode funcionar como alternativa ao sal na hora de temperar alimentos, de acordo com a nutricionista Bia Rique, chefe do serviço de nutrição da 38ª enfermaria da Santa Casa da Misericórdia.

— Por ter um sabor forte e ser da cultura do brasileiro, o orégano é um recurso para quem quer diminuir o sódio — sugere. 


A dica vem no momento em que o Ministério da Saúde trava uma batalha contra o sal. Um acordo com a indústria garantiu a redução de sódio nos alimentos, mas o brasileiro ainda consome mais que o dobro recomendado pela Organização Mundial da Saúde — menos de 2 gramas de sódio por dia (ou menos de 5 gramas de sal), o equivalente a menos de uma colher de chá rasa de sal. Para se adequar ao padrão, a meta até 2020 é reduzir em 28,5 mil toneladas o consumo da substância.


Para Bia, no entanto, não é possível tirar proveito das propriedades antimicrobianas do orégano somente pelo uso diário da erva na culinária.

— Independente do benefício que o orégano traga, a gente não pode esquecer que ele vai entrar na nossa alimentação numa quantidade mínima — alerta, complementando que, para uma quantidade concentrada, a melhor saída seriam as cápsulas ou o óleo de orégano.
 


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Em ano de eleições o ComTradição recomenda: "Votar com seus garfos"

26.07.2014 | 13:39 Estante na Cozinha


Ele é um ativista militante, com discurso afiado sobre como é necessário pensar um sistema alimentar alternativo ao que hoje se impõe no mundo todo, dominado por grandes empresas e indústrias do alimento processado. Trata-se de um discussão relevante, sem dúvida. Mas que à primeira vista poderia soar árida, irritante, tipo papo de ecochato. Não é o caso: a prosa de Michael Pollan flui fácil e as implicações políticas e sistêmicas do ato de comer, que são o pano de fundo de sua argumentação, surgem com naturalidade no último livro do jornalista e professor da Universidade de Berkeley, na Califórnia. Cozinhar: Uma História Natural da Transformação (Ed. Intrínseca, 448 páginas, R$ 49,90) será lançado oficialmente no Brasil na Flip 2014, em Paraty – onde Pollan participa de uma mesa na sexta-feira, 1º de agosto, às 12h.



O livro narrado na primeira pessoa pelo autor americano conta suas experiências na cozinha, agrupadas em quatro grandes técnicas, relacionadas aos quatro elementos básicos naturais: o churrasco (fogo), o caldo-base (água), panificação (ar) e fermentação (terra). Pollan ensina receitas, esmiúça a técnica, mas, mais do que filigranas culinárias, o que faz sua leitura tão atraente é a forma como vai costurando relatos de suas próprias aventuras na cozinha com história, antropologia, gastronomia, ciência, histórias de vida – na melhor tradição do bom jornalismo: claro, instigante, sem jargões.

O Paladar conversou com Pollan sobre o livro e suas visões sobre gastronomia e sistema alimentar. Abaixo, você lê a íntegra da entrevista, que ocorreu via Skype, antes de Pollan vir ao Brasil.
 

Parece haver uma ideia que é recorrente nos seus livros: chamar as pessoas à consciência em relação ao que comem. É isso mesmo?

Acho que sim. Vejo minhas ideias dando às pessoas mais informação e fazendo-as mais conscientes de onde vêm sua comida. Vivemos um momento muito curioso. Pela primeira vez na história, grande parte das pessoas não tem ideia de onde vem ou como foi produzido, do que é feito o que comem. Historicamente, as pessoas sabiam isso porque estavam intimamente envolvidas no processo de plantar, abater, cozinhar . Mas delegamos todo esse trabalho a empresas e fazendeiros. Há cem anos eu não poderia fazer o que faço: a informação que eu procuro e levo às pessoas todo mundo tinha. Meu objetivo com isso é, primeiro, satisfazer uma curiosidade pessoal sobre essas questões – de onde vem a comida, como ela é feita. E então tenho a fé de jornalista de que, com boa informação, as pessoas tomarão decisões melhores. Tanto em termos de saúde pessoal como da saúde da terra, decisões políticas.

Entender e explicar como funciona a cadeia do sistema alimentar é uma das suas preocupações. Falando sobre um elo fundamental dessa cadeia, os consumidores, seriam eles capazes de, por meio das suas escolhas, mudar efetivamente o sistema?
 
Sim. Mas não completamente. As decisões de compra das pessoas, o que eu chamo de “votar com seu garfo”, é algo muito poderoso. Não devemos subestimar isso. Vimos o poder disso nos Estados Unidos. Vimos a criação de uma economia da comida orgânica, sem nenhum apoio de grandes empresas ou do governo. Pelo menos no início. Nasceu de uma troca entre indivíduos organizados e produtores, procurando fazer algo diferente. Vimos a ascensão das feiras de rua, da Agricultura Apoiada pela Comunidade (CSA, na sigla em inglês; modelo em que agricultores são financiados diretamente por consumidores, sem intermediários). Tudo isso foi movido pelos consumidores comuns. Mas isso não significa que podemos consertar todo o sistema da comida apenas com uma mudança nos padrões de consumo. Também temos que ter mudanças no nível político. Porque políticas de agricultura são como as regras de um jogo que todos somos obrigados a jogar. Se as regras são pensadas de uma determinada forma, a comida de qualidade e saudável pode ser mais cara que a processada. Então há muitas pessoas que não têm como fazer essas escolhas, “votar com seus garfos”: elas são pobres. É neste ponto que devemos ir além do “voto com o garfo” e começar a falar do voto político mesmo.

Você já respondeu várias vezes a essa questão, mas acho que ela ainda é pertinente: como alimentar bilhões de pessoas com comida orgânica, local e sustentável? Quando levamos esse tipo de comida a uma larga escala, ele não fica inviável ou restrito a uma elite capaz de comprá-la?
 
Eu acho que, de fato, não sabemos se podemos alimentar o mundo de maneira sustentável. Mas também não sabemos se podemos alimentar o mundo de forma industrial – na verdade, estamos falhando miseravelmente nesse formato. Produzimos muita comida industrial, e ainda assim há um bilhão de pessoas com fome no mundo. Somos capazes de produzir 2.800 calorias de comida por pessoa por dia. Em tese, há comida suficiente para todo mundo. E por que há fome? A razão tem a ver com o fato de que não basta produzir para alimentar. O que interessa é como isso é distribuído. No Qatar, consome-se um monte de comida. Mas não produz-se nada. E por que eles têm tanta comida? Porque têm muito dinheiro para comprá-la.
E tem a questão do desperdício: 40% é jogado fora. Sem falar no tanto de comida que alimenta carros: no Brasil usa-se cana para o etanol, aqui nos EUA é milho. Portanto tem comida que em vez de ir para boca das pessoas vai para os carros. É uma questão muito complicada. Hoje, a comida industrializada alimenta apenas 40% da população. A maior parte do mundo ainda se alimenta do que é produzido em escala menor. Então acho que a verdadeira pergunta é: em um mundo de mudanças climáticas, será que a comida industrializada vai conseguir alimentar as pessoas? A agricultura em escala industrial é mais vulnerável às mudanças climáticas do que outras indústrias. Porque, como sistema, é muito eficiente, mas não resiliente. Se pudéssemos estender os benefícios da agricultura moderna e sustentável para todos os pequenos produtores do mundo, você teria um enorme crescimento produtivo, sem ter que recorrer à industrialização da agricultura.
Embora os pobres não possam comprar comida orgânica às vezes, é importante lembrar que comer de forma saudável não significa necessariamente comer comida orgânica. Significa comer comida de verdade, não comida altamente processada. McDonalds, Burger King não são baratos: eles apenas nos poupam tempo. Mas se você pode cozinhar com as próprias mãos, independentemente se é pobre ou rico, pode ter uma dieta de ótima qualidade, saudável. O primeiro passo é comer comida de verdade, e, aí, então, começar a se preocupar sobre o quão sustentável é. Quando digo comida de verdade, falo do que as pessoas comeram por centenas de anos, não tem um monte de ingredientes e não foi preparado por uma empresa.

E a comida industrializada é ruim por si só? Não melhorou nada os últimos anos?
 
Conto isso no livro: por muitos anos, desenvolvemos técnicas para processar a comida que em geral fizeram-na mais saborosa, nutritiva e conveniente. Pense na fermentação, no processo de assar um pão, fazer cerveja. São exemplos fantásticos de como processar comida. Mas por volta de 1880, começamos a inventar técnicas para processar comida que a tornou menos saudável e saborosa – atendendo mais ao interesse das indústrias do que das pessoas. Foi quando aparecerem a farinha branca, o açúcar refinado. De repente, a comida processada começou a fazer as pessoas doentes. Tivemos um monte de problemas de saúde pública, e tivemos que adicionar vitaminas à farinha, etc. É possível processar comida de forma que melhore a saúde das pessoas. Essa suplementação de vitaminas é positiva. Mas temos que lembrar que foi inventada para sanar um problema criado pela própria indústria.
Acho que há um trabalho interessante acontecendo para se buscar novos substitutos para carne: coisas que parecem muito as de proteína animal, mas não são. É algo positivo não tanto pela qualidade da comida, mas para reduzir o impacto sobre o ambiente – que hoje é tremendo. Precisamos reduzir nosso consumo de carne urgentemente. Enfim, é preciso olhar por que empresas processam comida: para tornar o negócio mais lucrativo. E é muito difícil ganhar muito dinheiro vendendo ingredientes simples, in natura. Você ganha dinheiro criando um valor agregado. Embalando, cortando, criando alguma novidade sobre aquele produto. E isso tende piorar a qualidade da comida, porque o que importa nessa lógica é vender mais, e não fazê-la melhor, mais saudável.

Nesta semana, o New Amsterdam Market (feira emblemática que reunia pequenos produtores) em Nova York fechou. Não seria um sinal da dificuldade de pequenas cooperativas e negócios em competir com as grandes corporações de alimentos?

Não conheço em detalhes esse caso, apesar de ter ouvido falar muito bem desse mercado. Meu palpite é que o que vendiam começou a ser facilmente encontrado em grandes cadeias de supermercados. Hoje tem comida orgânica em cada vez mais lojas. Com o tempo, quem trabalha com comida orgânica foi se tornando cada vez menos único no que vendia. E, bom, isso é o capitalismo. É muito difícil estar à frente o tempo todo. Quando tem algo que é muito especializado e artesanal e dá certo – como a comida orgânica ou, sei lá, brotos vegetais pré-lavados -, muito rapidamente eles viram commodities. Isso força preços para baixo. E estimula a competição. É um jogo brutal. E Nova York é um caso à parte: cozinha-se muito pouco lá – as pessoas não tem espaço, tempo; recorrem invariavelmente à comida processada.

Qual o papel dos chefs, que viraram celebridades nesses últimos anos, nesse sistema alimentar? Eles têm poder de mudar alguma coisa?

Chefs têm um papel muito importante e construtivo. É bom lembrar: há não muito tempo, chefs eram irrelevantes para as pessoas, com exceção dos ricos. Agora, nos Estados Unidos – não sei como é no Brasil -, chefs estão ajudando a liderar esse movimento social para mudar o sistema de alimentação. Uma das coisas mais interessantes que alguns estão fazendo é usar o brilho do seu glamour para iluminar os agricultores e pequenos produtores. Glamour é algo importante na nossa sociedade, e, hoje, chefs o têm; agricultores, não – eles vinham sendo denegridos há muito tempo. Nos EUA, ao menos, os grandes chefs descobriram que uma ótima cozinha começa com uma ótima agricultura – e portanto eles dividem crédito com produtores rurais nos cardápios de seus restaurantes. Acho isso muito positivo. Gente como Jamie Oliver e Alice Waters tem feito um grande trabalho com a reforma das merendas escolares. O papel do chef hoje mudou muito: eles agora são ativistas – além de provedores de comida para os ricos.

Em um ponto do seu novo livro, você diz que no futuro próximo, cozinhar uma refeição do zero será visto como algo tão exótico quanto hoje é fazer cerveja ou queijo em casa. Mas, ao mesmo tempo, há hoje um interesse cada vez maior das pessoas por processos artesanais – é moda moer seu próprio café, assar o próprio pão. Isso não é contraditório? Qual dessas tendências vai prevalecer?

É um paradoxo. As pessoas nunca foram tão interessadas por comida, e as pessoas nunca foram tão desatentas com o que estão comendo. É preciso ver quem está moendo, torrando seu próprio grão de café e quem está indo ao McDonalds – não são a mesma pessoa, claro. Mas há pessoas que fetichizam uma coisa determinada. Tem os exímios fazedores de cerveja, os vidrados em fazer picles, ou coisas desse tipo. Mas, no resto do tempo, essas mesmas pessoas deixam o que comem na mão de companhias fast-food. É um pouco como o típico sujeito “machão” cozinhando: não acontece tão frequentemente, mas quando acontece, é um show: tem churrasco, labaredas de fogo, todo mundo tem que assistir à performance do homem que parou tudo para cozinhar. É mais performance do que rotina.
Me preocupa que tenhamos esse tipo de fascínio com produtos artesanais, mas ao mesmo tempo não fazemos o beabá de cada dia, todo dia. Embora sejamos interessados em ler sobre comida, saber dos chefs, em vê-los cozinhar na TV, por alguma razão isso não se traduz em cozinhar com nossas próprias mãos. Mas poderia – e deveria-, eu acho. Se a discussão sobre comida mudasse um pouquinho, as pessoas poderiam perceber que a melhor forma de participar dessa conversa sobre comida e desse desejo de entender mais sobre o assunto é botar a mão na massa você mesmo, todos os dias. Não é como assistir futebol – do qual é muito difícil você participar do que está vendo, porque aqueles caras estão num nível muito alto. Cozinhar é um prazer muito democrático, que está ao alcance de todos nós. Essa é uma das razões porque escrevi o Cozinhar. Eu queria me envolver diretamente com o ato de cozinhar e espero que mais gente se entusiasme com isso.

Nos Estados Unidos fez muito barulho a história do Soylent (empresa californiana que vende líquidos insípidos, mas com todos os nutrientes que seriam necessários para o homem e saciam o apetite, substituindo a comida). Mas essa ideia de uma pílula mágica no lugar da comida não é propriamente nova. Por que tanta atenção para o tema agora?

Não vamos falar sobre Soylent daqui a cinco anos. É como você disse: não tem nada de novo. Você vai ao supermercado hoje e pode comprar um monte de coisas em pó que podem te manter vivo – suplementos para perder peso, ganhar peso. Suplementos alimentares não são nada novos. O fato de o inventor da marca ter dado esse nome Soylent e ter vindo da indústria de tecnologia… Ele vem do Vale do Silício, e, hoje, achamos qualquer coisa que esses caras fazem interessante. Acho que é um experimento curioso de se analisar. Fala diretamente a pessoas que estão ansiosas por toda essa conversa sobre comida – ansiosas de ter que refletir e se preocupar sobre de onde vem o que comemos.
Acho que o mais interessante nessa história do Soylent é que ela revela uma certa arrogância diante da compreensão sobre comida. A ideia que sabemos o bastante para simular completamente a dieta humana… É de uma prepotência! Não sabemos. Basta lembrar das experiências falhadas de se reproduzir leite materno. Soylent não é ciência complexa. O cara entrou no site do Ministério de Agricultura e montou essa lista de todos os nutrientes de que humanos precisam. Essa lista está atualizada? Sabemos realmente do que de fato precisamos? Acho que não. Só descobrimos agora que precisamos alimentar micróbios do nosso intestino grosso para sermos saudáveis. Porque eles representam 90% das células no nosso corpo. A maioria das dietas de nutrição não levam isso em conta – elas pensam apenas no corpo humano. Descobriu-se há pouco que o leite materno tem um monte de nutrientes que bebês não são capazes de digerir – eles são destinados aos micróbios que habitam nosso corpo.
E por fim tem a questão: por que faríamos isso (substituir comidas por pílulas)? Comer é um dos grandes prazeres da vida. Se você está tão ocupado programando códigos ou ganhando dinheiro que não tem tempo para comer… E o sexo? E outras coisas interessantes que gostamos de fazer? Eles vão bolar um substituto para isso também?

Como e o que as pessoas vão comer daqui a uns 50 anos?

Bom, não acho que vai ser Soylent! Porque não vai dar a elas prazer suficiente. E também não vai as manter vivas e saudáveis. Sou um jornalista, não tenho bola de cristal, mas acho que temos dois caminhos. Ou vamos olhar para trás, para esse nosso sistema de comidas industrializadas e vamos dizer: “que erro! Que desastre de saúde pública! Comer desse jeito, fast-food, pode ser bom uma vez por mês, mas, sempre, é um desastre”; ou vamos seguir nesse caminho, e teremos uma sociedade que essencialmente tem que vai “medicalizar” o cotidiano. Quer dizer, diabetes será um estilo de vida, escolhido por 33% da população – todos vivendo à base de injeções de insulina-; haverá centros de hemodiálise a cada esquina nas cidades; 60% do PIB irá para manter as pessoas vivas, enquanto comem suas porcarias. Honestamente, é nesse último caminho que estamos agora. O desafio é desviar esse caminho.

Você tem diálogo com as grandes empresas e indústrias de alimentação? Como é a conversa?

Sim, converso com eles, de tempos e tempos. Eles me procuram de vez em quando e os entrevisto com alguma frequência . Ao menos nos Estados Unidos, eles estão muito nervosos com seus consumidores: têm medo que haja uma debandada no consumo do que produzem. Estamos num momento muito tênue, delicado: é muito fácil desencadear um “medo de comida”. Tivemos o episódio do “pink slime”(lodo ou limo rosa, em tradução literal). Descobriu-se que um material que era adicionado a hambúrgueres era constituído de restos de carne misturado com amônia. Essa história se espalhou e mães ficaram malucas, começaram a fazer protestos, petições, boicotes. Algumas empresas quase quebraram, e a indústria ficou um pouco em choque pensando: “O que aconteceu? “. Porque as pessoas comiam esses hambúrgueres há muito tempo sem ligar em saber como era feito.
Então, sim, a indústria está ligada na discussão sobre o sistema de alimentação, porque não querem uma nova crise. Mas também querem explorar essa tendência de conscientização sobre a comida para fazer marketing. É comum ver produtos se vangloriando de terem apenas cinco ingredientes, de cumprirem algumas regras que pessoas como eu vêm propagando. A palavra artesanal por exemplo, está sendo roubada pelo mercado – já roubaram a palavra natural… Hoje existe “junk food orgânica”! É um processo dialético o que se trava entre a indústria da alimentação e os críticos da indústria da alimentação. E eles, da indústria, não são bobos: pelo contrário, são muito eficientes em cooptar críticas e transformá-las em formas de vender mais comida industrializada.

E essa dialética pode hegelianamente resultar em progresso – comida melhor pra todo mundo?

Bem, acho que a síntese dialética desse processo será: muita “junk food” com “health claims” (quando uma marca diz que o produto faz bem pra saúde ou reduz colesterol, etc.) no rótulo (risos). O futuro será Coca-Cola fortificada com vitaminas e fibras! Falando sério, não acho essa uma síntese satisfatória. Essa é uma das razões pelas quais tenho me esforçado para fomentar uma cadeia de alimentos alternativa – diferentemente do que, por exemplo, faz a Michelle Obama, de tentar melhorar a comida processada. Não estou convencido de que essa estratégia dela vá funcionar. Vale tentar, mas acho que tínhamos que nos esforçar mesmo para retomar o controle do nosso sistema alimentar criando cadeias menores, com mais relações diretas entre consumidor e produtor e, então, democratizar isso, de forma que seja acessível ao máximo de gente possível.

Corrija-me se eu estiver errado, mas sinto um tom utópico nos seus livros e nas suas falas…

Acabei de te falar que o futuro seria tomado por Coca-colas vitaminadas (risos).
É verdade! Mas o que quero dizer é que , nos seus livros, há uma busca por uma autenticidade que talvez não exista mais. Talvez uma idealização de que no passado é que era bom, que se cozinhava e comia de verdade.
É verdade que é fácil romantizar o passado. Mas, de fato, as pessoas estavam em contato com a comida. Estavam plantando, cozinhando, manipulando sua própria comida. Já houve um tempo em que sabíamos melhor de onde vinha o que comemos. Às vezes não tínhamos comida suficiente, e a dieta era mais sem graça, com menos variedade. Isso é importante: uma das coisas que leva as pessoas a buscar comida industrializada é a busca por novidade. Hoje você vai ao supermercado na ala de comidas prontas e pode encontrar qualquer prato que quiser – de diferentes países. Eu não sei fazer comida thai, ou, sei lá, etíope, mas tem uma empresa que faz e a embala para mim. Então, sim, a dieta das pessoas quando cozinhavam o tempo todo era mais monótona, sem dúvida. Mas, sinceramente, acho que ter esperança é muito importante. Nem sempre dá resultado, mas motiva as pessoas. É importante ter uma utopia para a qual você mira. O seu caminho se constrói quando você aponta para um destino. Então mesmo que não chegue lá, no fim, você sabe em que direção está seguindo.

Uma curiosidade sobre outro livro seu: em que prato exatamente estava pensando quando escreveu, no livro Food Rules: An Eater’s Manual, que não devíamos comer nada que nossas bisavós não achassem que fosse comida?

Pensei nisso quando estava segurando nas mãos tubos de pasta de dente – só que de iogurte. Era tão esquisito! Para pôr comida pra dentro do corpo era preciso esmagar esse tubo cheio de ingredientes como gelatinas e emulsificantes que nunca foram parte da receita de iogurte. E me peguei pensando: isso é ou não é comida? Como se pode discernir? Bem, há muitas métricas possíveis para definir o que é comida. E uma delas seria: há 50 anos atrás, as pessoas reconheceriam aquilo como comida?
Mas essa regra não é a única. Também digo para não comer nada com mais do que cinco ingredientes. Nenhum desses filtros que proponho é perfeito, mas se você junta alguns deles, acho que funciona. E, devo dizer, algumas pessoas tem avós que são péssimas cozinheiras – mas não precisa pensar na sua própria! Pense numa avó siciliana, numa avó brasileira. Não precisa nem ser avó: apenas imagine alguém que realmente sabia o que era comida.

E se você botar essa avó siciliana na frente de um prato do Ferran Adrià ela não ia reconhecer tampouco, não?

Sim. É verdade. Isso eliminaria a cozinha molecular do nosso cardápio – o que não acho que seria uma grande perda para a sociedade (risos). Veja, essa comida que ele faz é interessante, da mesma forma que arte é interessante; mas não é relevante para a conversa sobre como vamos comer daqui pra frente. Falamos de elitismo quando discutimos os orgânicos. Bem, agora estamos falando de alimentar um número muito pequeno de pessoas, que procuram uma forma extrema de invenção. Talvez saia algo dessa forma de cozinhar, algo que algum dia vai decantar e chegar a mais gente e nos ajudar a ter mais prazer com a comida ou nos alimentar melhor. Mas, fazendo um balanço, acho que essa cozinha molecular é uma camada tão fina da realidade… Enfm, atrai muita atenção, mas é praticamente irrelevante para os tipos de discussões com as quais estou preocupado.

E com que frequência você cozinha?

Eu?

Sim.

Bom, diria que cozinhamos cinco noites por semana, e fazemos outra coisa nas outras duas noites – muitas vezes, ir comer na casa de alguém ou num restaurante. Cozinhamos muito!

Mais depois do livro, cozinha mais, não?

Com certeza. Agora tenho muito mais truques na manga. Consigo variar meu cardápio mais tranquilamente. Porém, não cozinho como cozinho no livro. Algumas das receitas ali levam cinco, seis horas. No dia a dia gasto, sei lá, 45 minutos cozinhando. Meu padrão é grelhar alguma coisa ao ar livre, saltear algumas verduras, fazer algum grão ou massa. Nos fins de semana sou mais ambicioso. Ainda faço pão, uma vez por semana. Eu e meu filho fazemos cerveja juntos. Esse tipo de coisa é mais trabalhosa, cerimonial. Mas mesmo essas coisas mais complexas me deram um maior repertório de técnicas para o dia a dia.

E a comida no Brasil? Tem ideia de como seja?

Sei que tem muita carne aí, carnes boas. Mas conheço pouco. Estou muito curioso em conhecer a cultura culinária brasileira, que é uma das grandes culturas no mundo. E estou curioso também para conhecer gente que está envolvida no movimento da comida.



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Alimento saudável versus produção industrial do agronegócio

Em geral, nos artigos de conjuntura analisamos fatos e situações devidamente contextualizados. Neste, o objeto principal são duas graves omissões ao conhecimento público que abordaremos, na expectativa de contribuir em algo para superá-las.

Duas questões de utilidade pública e forte interesse social estão no momento merecendo vir à tona, relacionadas à produção e consumo de alimentos oriundos da agricultura e das cadeias agroindustriais conexas.

No primeiro caso, restrito ao Brasil, indagaríamos à ANVISA por que desapareceram do seu ‘site’, desde julho de 2012, as pesquisas semestrais que realizava sobre contaminação por agrotóxicos de frutas e verduras, em praticamente todos os estados do país.

A pesquisa, realizada com a maior seriedade técnica, com base em amostras de varejo de cerca de 20 produtos – frutas e verduras de largo consumo da população –, por três laboratórios independentes em cada estado pesquisado, orientavam o consumidor para os riscos de contaminação de determinados alimentos. Mas foram suspensas, não renovadas e as que hoje ainda estão na ‘internet’ referem-se a amostras coletadas entre 2010 e 2012.

O leitor deve indagar o porquê de tal omissão, quando se trata de informação da maior relevância aos direitos de cidadania e mais especificamente à liberdade de informação, dos quais o cidadão é o principal titular. Há notícias variadas sobre pressões de vários segmentos ruralistas e um resultado nada satisfatório – silêncio obsequioso da ANVISA e nenhuma denúncia ou investigação da situação pela grande imprensa, que antes noticiava até com certo sensacionalismo essas informações de contaminação dos alimentos.

Ora, se alimentos ‘in natura’ já não são confiáveis em pouco mais de 1/3 das amostras levantadas nessa pesquisa, poderíamos confiar plenamente nos alimentos que saem da indústria alimentar? Esta segunda indagação tem sido objeto de preocupação, não só no Brasil, como no mundo inteiro, dos órgãos de saúde pública, especialmente da Organização Mundial de Saúde.

Alertam-nos para o relativo descontrole da indústria, seja por razões técnicas, seja por estratégia mercantil, para o uso excessivo de sal, açúcar, gorduras e conservantes, adicionados invisivelmente aos bens de consumo de massa. Esses aditivos estariam na linha de causalidade de várias doenças crônico-degenerativas que afetam a saúde pública (renais, circulatórias, hepáticas, pulmonares etc.) e que são atribuídas aos hábitos alimentares induzidos pelo sistema agroindustrial.

O grave da situação de omissão a que estamos nos reportando é o fato de que há um regime alimentar sendo vendido em prosa e verso como de grande modernidade e liderança do Brasil em várias cadeias agroindustriais (carnes, açúcares, rações etc.), mas não se detém um controle público e uma informação transparente sobre as consequências dos alimentos consumidos sobre a vida das pessoas

É muito forte a suspeita de captura político-ideológica, seja dos órgãos reguladores sobre a produção primária – Defesa Sanitária (Ministério da Agricultura) e ANVISA (Ministério da Saúde) –, seja de parte da mídia, pelas pressões dos complexos agroindustriais. E sem a restituição ao Estado e à imprensa, respectivamente, o exercício de uma efetiva função de regulação e da informação sobre assuntos de alto interesse da esfera pública, não se avançará sobre a produção dos alimentos saudáveis no Brasil.

De imediato, cabe uma palavra de esclarecimento da ANVISA sobre as razões de ter deixado de produzir matéria de alto interesse à segurança alimentar da população, como vinha fazendo há alguns anos. E sobre o consumo de alimentos industrializados, tudo o que sabemos é muito precário. Afinal, não se pode onerar ainda mais o indivíduo com toda a responsabilidade sobre a própria saúde, desonerando o Estado de uma firme função regulatória e as mídias do legítimo exercício da liberdade de imprensa sobre questões de alta utilidade pública.

Guilherme Costa Delgado é doutor em economia pela UNICAMP e consultor da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.


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“No Brasil, um país de grandes áreas cultivadas, não se pode falar de ‘um rural’, mas de ‘ruralidades’...É nesse mosaico de experiências que surgem novos personagens ou atores. Nesse sentido, os agricultores que hoje saem do âmbito da produção tradicional que desconsidera as técnicas modernas, estariam contribuindo com qual tipo de ambiente rural ou construindo qual tipo de ruralidade?”

Este é um trecho do texto do cientista social e professor Alfio Brandenburg apresentado num seminário sobre agroecologia do qual ele participou na Bélgica em 2010. Por qual motivo eu estou trazendo essa reflexão hoje para vocês? Bem, como diria Jorge Amado, “uma história não se explica, uma história se conta”. Assim, vou contar como me lembrei desse texto e fiz contato com essa reflexão num sábado à tarde, enquanto eu comia um dos feijões mais saborosos que experimentei na vida. Vejam só.

Francisco Soares tem 67 anos e, pelo menos desde que frequento a feira de Laranjeiras, vende todo tipo de tempero na sua barraquinha. Vira e mexe eu compro alguma coisa. Pimenta cahiena, por exemplo, na quantidade que eu quero, só encontro lá.  A barraca, por isso, é bem colorida e chama atenção dos turistas. Tem sempre alguém fotografando Francisco.

Pois no sábado, quando passei, Francisco estava conversando com um homem de chapéu que gesticulava muito mostrando um saco plástico, desses transparentes, com feijão dentro. O homem apontava o saco e fazia com as mãos um gesto juntando todos os dedos e jogando um beijo para o ar. Ah, fiquei curiosa e fui lá.

---- Oi Francisco, está vendendo feijão agora? – perguntei.

O homem de chapéu olhou para mim como se olha para um ET e quase me deu uma bronca:

----- Não, isso não é qualquer feijão. Isso é um feijão novo, você sabe o que é isso? Você já experimentou um feijão novo?

Quase envergonhada, tentando me desculpar, eu disse que não. Mas me dispus a ouvir atentamente o que o homem começou a me explicar:

----- Esse feijão é como aqueles que se servia em qualquer mesa muito antigamente, entende? Você não precisa deixar de molho de um dia para o outro, dá uma fervura de uns 20 minutos na panela de pressão e também não precisa pôr nada mais do que ervas aromáticas na hora de temperar, além do alho e cebola. É algo indescritível esse sabor. Tem gosto de infância.

A essa altura, confesso, eu já estava aguando. Imediatamente agarrei um saco e paguei os R$ 10 que Francisco me cobrou, achando até pouco. Não vou jurar, mas penso que se ele, naquele momento, tivesse querido ser ganancioso e me cobrasse o dobro, eu pagaria. E saí me sentindo vitoriosa, mais ou menos como devem se sentir aquelas pessoas que esperam a noite toda para serem os primeiros a entrar nas liquidações dos grandes magazines dos Estados Unidos. Não, nunca estive num momento desses, só vi pela televisão.

Cheguei em casa e fiz exatamente como me foi sugerido pelo homem que usava um chapéu. Antes, porém, tive que investir algum tempo numa tarefa bem anacrônica: limpar feijão. Sim, porque os caroços vinham misturados a terra, pedaços de galho e pedrinhas. Quase desisti, achando que tinha caído no conto do vigário. Mas resisti e, vou dizer a vocês: valeu muito a pena. O feijão era, de fato, delicioso. De caldo grosso, como há muito não via. Saboroso, com um gosto que eu não sentia também há muito.

Aqui, faço um parênteses para contar que eu sou fã, mas há muito tempo não comia feijão justamente porque tenho achado todos meio sem graça. O azuki, menos fermentável em meu estômago, para quem não gosta de acrescentar toucinho ou qualquer outro salgado para dar gosto, fica insosso.

E, bem... vou confidenciar a vocês que eu, que não sou de me entregar muito às lembranças da infância (gosto de pensar mais em concentrar forças no tempo presente), revivi rapidamente o feijão que minha mãe cozinhava. Fui aos jantares lá de casa, sempre apressados porque a mãe, professora, tinha que corrigir provas e testes.

Pronto, voltamos ao que interessa, de fato. Porque, é claro, no sábado seguinte lá estava eu, de máquina em punho, para conversar com Francisco e tentar descobrir os segredos de sua produção. Seria sustentável?

Francisco é de poucas palavras, mas me explicou que tem um terreno perto de onde mora, em Caxias, onde resolveu plantar feijão. Não usa agrotóxico e só consegue vender a safra depois de esperar os quatro meses de plantio.

---- Vendo uns 400 quilos, mais ou menos. Pago um dinheirinho para um menino ficar tomando conta para mim porque dá muito trabalho e eu tenho que vir para a feira vender meus temperos --- contou-me.

Perguntei sobre o uso de agrotóxicos, Francisco me disse que não teria nem dinheiro para comprar.

---- Os fazendeiros têm que usar isso porque plantam as sementes muito junto uma da outra, para render mais. Aí dá lagarto mesmo.

O único aditivo que usa, me confidencia, é estrume de boi.  E, nesse momento,  acaba entregando uma outra “produçãozinha” rural que possui, a pecuária. A semente que usa para plantar o feijão, trouxe do Norte, sua terra natal, quando viajou para lá e ficou três meses.

---- Quando acaba eu pego de novo, ponho numa caixa engordurada com gordura de carne seca, fecho bem fechadinho e depois de um tempo ela já está germinando, brilhando, bonita – conta ele.

São os processos naturais biológicos, que o professor Brandenburg cita em seu texto, uma das alternativas, no âmbito da ruralidade, contra as mudanças climáticas, falta de energia e produção alimentar. Atores individuais, como Francisco Soares, podem estar contribuindo com a construção de um movimento ecológico, sim, mas cultural também, já que se contrapõe ao paradigma hegemônico da modernização agrícola.

Francisco e sua plantação de feijão transita entre o mundo rural - com suas tradições, conhecimento e habilidades dos camponeses - e o mundo urbano, no qual a natureza é, na maioria das vezes, um ambiente artificialmente construído. E assim ele vai vivendo em sua singularidade. E assim escapa, inclusive, da necessidade de produzir em escala, impasse que embota muitas produções orgânicas hoje em dia.

Aliás, lanço aqui a pergunta: se há tanto desperdício de alimento no mundo - basta olhar, por exemplo, para os fundos de um supermercado e ver a quantidade de produtos dispensados - para que exigir produção em escala dos pequenos?

Francisco e sua produção de feijão merecem ter vida longa. E o preço que cobra também poderia ser revisto, está muito alto, pouco mais do que o dobro do feijão vendido em supermercado. Talvez devesse se associar a uma cooperativa, como já existem tantas Brasil afora fazendo um bom trabalho.

Seja como for, Francisco, para mim, ilustra bem essa nova face do meio rural brasileiro. Termino deixando, para reflexão, uma frase bem significativa do texto de Brandenburg: “Essas ações relacionam-se com uma representação da natureza que identifica a ecologia como uma forma de reencantamento do mundo e de reapropriação de um conhecimento que ressignifica cultura e natureza”.

Crédito da foto: Amelia Gonzalez



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 Chocolate: pureza ou perigo?

Publicado em Segunda, 27 Janeiro 2014 15:51
Escrito por Carmine Marcon Piano, Suelen Regina Lothermann e Rozane Marcia Triches




O filme Chocolate, lançado em 2001 e dirigido por Lasse Hallstron, aborda a história de Vianne Rocher que, acompanhada de sua filha de seis anos, muda-se para uma pequena cidade católica do interior da França, com o propósito de abrir uma loja de chocolates em plena época da quaresma. Diante da novidade, a população fica curiosa em conhecer o local, mas, sob forte influência da religião e permanente vigilância do prefeito da cidade (o Conde Paul de Reynaud, católico fervoroso), é levada a reprimir sua vontade e desejo de consumir o produto tão tentador quanto profano.

Conforme o tempo passa na pequena cidade de Lansquenet-sous-Tannes, ainda que Vianne conquiste a confiança e amizade de alguns de seus moradores, em alguma medida permanece sendo uma estranha. Com a chegada de um novo personagem, Roux, um cigano que viaja pelo rio, alguns habitantes da cidade, até então acostumados a submeter-se às restrições religiosas, permitem-se desfrutar de prazeres e alegrias, colocando à prova os ensinamentos católicos de penitência. Dadas as diferenças em seus hábitos de vida, Vianne, sua filha e Roux são muito criticados pelo Conde, que se utiliza dos sermões da igreja para incitar a população a rejeitá-los e expulsá-los da cidade, a fim de restaurar a ordem e a decência. Sua retórica identifica o chocolate como símbolo do pecado e Vianne como deturpadora das condutas morais.

Consumir chocolate em plena época da quaresma é, naquele contexto, considerado inadmissível. Tal como propõe Carneiro (2005), o ato alimentar se reveste de conteúdos simbólicos, cujos significados nem sempre são interpretados pelas culturas que o praticam, mas cumpridos como preceitos, diante dos quais não são necessárias explicações. Assim, no contexto em que transcorre a história aqui referida, a identidade alimentar conjuga-se à identidade religiosa, tornado-se unívoca.

Cabe aqui tomar as reflexões de Mary Douglas (1991) e, à luz do contexto no qual o filme Chocolate se desenvolve, indagar: por que o consumo de determinado alimento, no caso o chocolate, simbolizaria o pecado e sua restrição a pureza? Longe de pretender esgotar as possíveis respostas e interpretações, o filme aponta o hedonismo como algo demoníaco e, portanto, tudo que possa estimular esse sentimento deve ser evitado, para não atrair o perigo. Dentre todos os pecados, a gula está em destaque, pois o excesso de comida e bebida traduz o apego ao prazer. Por outro lado, negar esse prazer durante o período destinado às reflexões e penitências significaria a busca da graça divina, pois o ato da privação do consumo de algo tão gostoso como o chocolate, significa purgar o pecador e purificá-lo, aproximando-o de Deus e de suas bênçãos.

Nesse caso, considerando os elementos discutidos acima, sobre o poder coercitivo da religião, a representação do chocolate como pecado se concretiza, entre boa parte dos moradores da localidade em que transcorre a história, tornando-se mais proeminente em seu líder, o Conde Paul de Reynaud. No entanto, ainda que a religião exerça forte influência nas práticas alimentares, é interessante notar que neste filme o chocolate oferece representações distintas para cada personagem.
Para a personagem principal, Vianne Rocher, o chocolate representa amor, pois sua produção trata de uma tradição ensinada por sua mãe e culturalmente presente no povo indígena ao qual pertencia e para quem o chocolate era considerado um alimento sagrado.

Para Roux, o cigano, excluído da sociedade devido a hábitos de vida pouco convencionais para a comunidade onde o filme se passa, o chocolate representa ousadia e rebeldia. Ao tornar-se amigo de Vianne, ele mostra à que seu modo de vida não está submetido a preceitos dessa sociedade, afrontando ideologias tão fortemente difundidas pela igreja local.

Para Josephine Mosca, outra personagem do filme, o chocolate representa liberdade, pois, a partir do momento em que estabelece amizade com Vianne e passa a trabalhar na loja de chocolates, sua vida muda radicalmente, na medida em que se liberta das torturas que seu marido lhe infligia, bem como da pressão exercida pela igreja para manter o casamento a qualquer custo.

 Já para a personagem Armande Voizin, chocolate remonta ao sentimento de amparo e afeto, pois a solitária senhora, que vivencia um relacionamento conflituoso com a filha e com o neto, vê em Vianne uma amiga com quem pode partilhar seus problemas. É assim que a doçura desses sentimentos se sobrepõe ao perigo que o açúcar lhe traz, dada sua condição de diabética. A amargura transformada em amabilidade a reaproxima de seu neto e de sua filha.

Diante de representações tão distintas sobre o mesmo alimento, o filme Chocolate leva a refletir. Observa-se que a moral e os valores estabelecidos pela sociedade influenciam o modo de vida dos indivíduos e suas representações sobre determinados comportamentos ou hábitos e restrições alimentares. Contudo, é válido salientar que visões etnocêntricas e estritas muitas vezes dificultam a compreensão das diferentes culturas, levando ao desenvolvimento de preconceitos em relação ao que é estranho ou não familiar. O consumo ou não de um mero alimento pode significar tanto a pureza, o amor, a liberdade, quanto o perigo, o pecado e a imoralidade. No embate de culturas e representações, estão as subjetividades, que permeiam as escolhas e comportamentos alimentares e a importância de “des”naturalizar essa teia.



Referências:
CARNEIRO, Henrique Soares. Comida e sociedade: significados sociais na história da alimentação. História: Questões & Debates. Curitiba, n. 42, p. 71-80, 2005.
DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo: ensaio sobre a noção de poluição e tabu. Rio de Janeiro, 1991.

* Carmine Marcon Piano (carminepiano@gmail.com) e Suelen Regina Lothermann(suh_rl@hotmail.com) são estudantes e Rozane Marcia Triches (rozane.triches@gmail.com) é professora do Curso de Nutrição da Universidade Federal da Fronteira Sul


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Agrotóxicos: pagamos para nos contaminar

Vejam a tabela da Anvisa contendo os resultados das análises de amostras de resíduos de agrotóxicos nos alimentos que consumimos - os produtores além de aplicare quantidades acima do permitido estão utilizando venenos contrabandeados, sem nenhum tipo de controle...  


Relatório da Anvisa indica resíduo de agrotóxico acima do permitido

29 de outubro de 2013
Os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) mostram que ainda é preciso investir na formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso de agrotóxicos. O programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos que chegam à mesa do consumidor.

O resultado do monitoramento do último PARA (2011/2012) mostra que 36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 apresentaram resultados insatisfatórios. Existem dois tipos de irregularidades, uma quando a amostra contém agrotóxico acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido e outra quando a amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisa
do. Das amostras insatisfatórias, cerca de 30% se referem à agrotóxicos que estão sendo reavaliados pela Anvisa.

Segundo do diretor presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, “a Anvisa tem se esforçado para eliminar ou diminuir os riscos no consumo de alimentos, isto se aplica também aos vegetais. Por esta razão a agência monitora os índices de agrotóxicos presentes nas culturas. Nós precisamos ampliar a capacidade do SNVS de monitorar o risco tanto para o consumidor como para o produtor para preservar a saúde da população.”

O atual relatório traz o resultado de 3.293 amostras de treze alimentos monitorados, incluindo arroz, feijão, morango, pimentão, tomate, dentre outros. A escolha dos alimentos baseou-se nos dados de consumo obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na disponibilidade destes alimentos nos supermercados das diferentes unidades da federação e no perfil de uso de agrotóxicos nestes alimentos.

O aspecto positivo do PARA é que vem aumentado a capacidade dos órgãos locais em identificar a origem do alimento e permitir que medidas corretivas sejam adotadas. Em 2012, 36% das amostras puderam ser rastreadas até o produtor e 50% até o distribuidor do alimento.

Um dado que chama a atenção é a presença de pelo menos dois agrotóxicos que nunca foram registrados no Brasil: o azaconazol e o tebufempirade. Isto sugere que os produtos podem ter entrado no Brasil por contrabando.

O programa

A Anvisa coordena o PARA em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos estados e municípios participantes, que realizam os procedimentos de coleta dos alimentos nos supermercados e de envio aos laboratórios para análise. Assim, é possível verificar se os produtos comercializados estão de acordo com o estabelecido pela Agência.

Este trabalho realizado pela Anvisa é de extrema importância porque os brasileiros estão acrescentando mais alimentos saudáveis à sua rotina alimentar. Em busca de uma melhor qualidade de vida e da prevenção de doenças, os consumidores estão mais conscientes da importância de uma alimentação mais equilibrada, com qualidade e segurança, e que traga benefícios para a saúde. Frutas, verduras, legumes e hortaliças contêm vitaminas, fibras e outros nutrientes e devem ser ingeridos com frequência, pois auxiliam nas defesas naturais do corpo. Porém, é importante que se conheça a procedência desses alimentos.

Diversos agrotóxicos aplicados nos alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar no interior de folhas e polpas, de modo que os procedimentos de lavagem dos alimentos em água corrente e a retirada de cascas e folhas externas dos mesmos contribuem para a redução dos resíduos de agrotóxicos, ainda que sejam incapazes de eliminar aqueles contidos em suas partes internas.

Soluções de hipoclorito de sódio (água sanitária ou solução de Milton) devem ser usadas para a higienização dos alimentos na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, com o objetivo apenas de matar agentes microbiológicos que possam estar presentes nos alimentos, e não de remover ou eliminar os resíduos de agrotóxicos.

Confira os dados

Relatório PARA 2011-12 (Atualizado em 30/10/2013).

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O poder das corporações que controlam o comércio dos agrotóxicos



Escrito por Jairo Cezar   
Qui, 23 de Maio de 2013
 http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8398:submanchete230513&catid=72:imagens-rolantes


O tema agrotóxico vem sendo tratado nas últimas décadas, por organizações ambientais, universidades e entidades científicas, como um dos assuntos mais complexos e preocupantes quanto aos impactos provocados por seus princípios ativos na dinâmica da biótica planetária. No entanto, embora os alertas tenham sido freqüentes e permanentes acerca dos perigos resultantes do uso de tais substâncias, o que preocupa é o crescimento vertiginoso de novas marcas de herbicidas, fungicidas, inseticidas etc., liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o combate às “pragas” - porém, quando ingeridas pelo ser humano através dos alimentos, produzem alterações significativas no genoma humano, contribuindo para o aumento da incidência de doenças degenerativas, dentre elas, o câncer.

Foi a partir do fim da segunda guerra mundial que grandes empresas fabricantes de armamentos e substâncias químicas usadas para enfrentar os inimigos, dentre eles o gás mostarda e o desfolhante laranja, como forma de evitar a ruína financeira, reformularam seus parques industriais, passando a fabricar tratores e implementos agrícolas em vez de tanques; agrotóxicos para uso agrícola em vez de gás mostarda para uso bélico. Começava aí a longa e paradoxal epopéia de um novo modelo de agricultura, que rapidamente se espalharia por toda a Europa e os Estados Unidos e que chegaria ao Brasil a partir do começo da década de 1960, com a denominada “Revolução Verde”. Com a política desenvolvimentista adotada pelo regime militar, cuja proposta era expandir a fronteira agrícola em direção ao Centro Oeste e Norte do Brasil, transformando o país em um dos principais celeiros agrícolas mundiais, dezenas de corporações multinacionais ligadas às commodities foram atraídas, encontrando aqui ambiente propício para multiplicar suas fortunas e também se tornando co-responsáveis pela degradação de todo um ecossistema.

País do agrotóxico

A idéia de tornar o Brasil principal fornecedor de commodities, de recursos naturais e produtos agrícolas continuou pairando no imaginário das autoridades e do agronegócio até os dias atuais. Acreditava-se que, com a ascensão de governos populares, como a que ocorreu em 2002 com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, haveria uma transformação significativa nas políticas que vinham sendo adotadas na área econômica, abrindo caminhos para um grande debate nacional a fim de discutir qual o tipo de desenvolvimento melhor se adequaria aos interesses da maioria da sociedade brasileira. Tanto não aconteceu, como foram mantidas as mesmas políticas dos governos anteriores, e com um agravante: intensificou-se a degradação do ecossistema brasileiro com as políticas de incentivo ao agronegócio, de uso de agrotóxicos, de construção de barragens na Amazônica e de desestruturação das sociedades tradicionais, indígenas e quilombolas.

As políticas de incentivo ao agronegócio vêm cada vez mais aguçando os interesses de grandes companhias transnacionais ligadas à produção e comercialização de máquinas agrícolas, fertilizantes e “defensivos” agrícolas, que encontram no Brasil um porto seguro para multiplicar seus ganhos financeiros. Com todas as facilidades oferecidas pelo Estado às multinacionais ligadas ao agronegócio, e com a fragilidade dos órgãos fiscalizadores, um mercado paralelo ligado aos agrotóxicos também vem criando corpos mediante o aval de organismos públicos - Anvisa e Embrapa - e privados, que fazem vistas grossas quando da liberação a comercialização de substâncias tóxicas para uso agrícola, proibidas nos seus países de origem.

Para se ter noção da dimensão desse mercado, nos últimos três anos, o Brasil se tornou o maior consumidor de agrotóxicos, perto de um bilhão de litros utilizados, um crescimento de 190% em dez anos. Soja, cana-de-açúcar, algodão, tabaco e eucalipto são as variedades agrícolas que lideram no consumo de agrotóxicos. Nesse conjunto, destacam-se os agrocombustíveis e as espécies exóticas empregadas no reflorestamento (pinos e eucaliptos) ou para a queima nos fornos das siderúrgicas de ferro-aço.

Um dado estarrecedor é em relação ao volume de agrotóxicos movimentados no segundo semestre de 2012. Do total de 936 mil toneladas comercializadas, 833 mil foram produzidas no Brasil; o restante, 245 mil, foi importado. Somente as lavouras de milho, soja, algodão e cana-de-açúcar absorveram 80% do volume total comercializado. Em comparação aos demais países, em 2010 o Brasil comercializou 19% do total global de agrotóxicos, movimentando cifras equivalentes a US$ 7,3 bilhões. Este percentual garante ao Brasil um triste título de maior consumidor do planeta, ficando atrás apenas dos EUA, que movimentaram 51,2 bilhões de dólares. Entre as variedades de agrotóxicos com maior demanda agrícola, os herbicidas são os preferidos, representando 45% do total comercializado. Em segundo plano, estão os fungicidas, com 14%, inseticidas, 12%, e os demais, que, juntos, totalizam 29%. No ano de 2011, dos 75 milhões de hectares plantados com culturas temporárias - soja, cana-de-açúcar, milho e algodão - e as permanentes - cítricas, café, frutas e eucaliptos -, o montante consumido chegou a 853 milhões de litros de agrotóxicos, sendo 12 litros por hectare ou 4,5 litros por habitante.

De acordo com dados do IBGE, entre os anos de 2002 a 2011, o consumo de pesticidas em milhões de litros saltou de 599,5 milhões para 852,8. Já o mercado de fertilizantes, que era de 491 milhões de litros, passou para 674,3. Diante desse quadro ameaçador, a flexibilização da legislação federal e do próprio código florestal, patrocinada pela bancada ruralista, que representa o agronegócio, tornando legal o cultivo e comercialização de espécies transgênicas, vem provocando discussões acaloradas quanto aos riscos dessas variedades modificadas para espécies da fauna, flora e a saúde humana. O que é visível nesse imbróglio legislativo são os lobbies patrocinados por grandes companhias que controlam as pesquisas e patentes das sementes e dos agrotóxicos. Além do mais, as mesmas empresas que são detentoras dos monopólios das variedades modificadas, especialmente das sementes de soja, dominam o mercado dos agrotóxicos, do fungicida glifosato, que é aplicado no combate da ferrugem asiática.

Dentre as variedades agrícolas cultivadas no Brasil, a soja participou com 40% do volume dos herbicidas, fungicidas, inseticidas, acaricidas entre outros, vindo em seguida o milho, com 15%; cana-de-açúcar e algodão, com 10%; cítricos, com 7%; café, trigo e arroz, com 3%; feijão, com 2%; pastagem e tomate, com 1%; maçã, com 0,5%; banana, com 0,2%; e demais culturas, com 3,3%. Sobre os registros no Ministério da Saúde e do Meio Ambiente, são 434 ingredientes ativos e 2.400 formulações. Dos 50 tipos de agrotóxicos mais utilizados nas lavouras do Brasil, 22 deles estão proibidos na União Européia. Em relação ao percentual de aplicação nas lavouras entre os estados da federação, o Mato Grosso do Sul lidera o ranking com 18,9%, ficando à frente de São Paulo, com 14,5%; Paraná, com 14,3%; Rio Grande do Sul, com 10,8%; Goiás, com 8,8%; Minas Gerais, com 9%; Bahia, com 6,5%; Mato Grosso, com 4,7%; Santa Catarina, com 2,1%; e os demais juntos somam 10,4%.

De acordo com as estimativas de crescimento das commodities/produtos primários, para 2020 a 2021, haverá um acréscimo significativo do consumo de agrotóxicos para três lavouras específicas: a soja, 55%; milho, 56,46%; e cana-de-açúcar, 45,8%. Análises laboratoriais realizadas em 63 amostras de alimentos apresentaram contaminações por metais pesados. Do total de ingredientes ou princípios ativos analisados, 28% deles não são autorizados pela Anvisa. As pesquisas comprovam que, nos últimos trinta anos, o governo brasileiro lançou quatro portarias visando a legalização de agrotóxicos para uso agrícola. A primeira delas ocorreu em 1977, quando foram homologados 12 tipos; em 1990, foram 13; em 2004, foram 22 tipos; enquanto que, em 2011, o governo legalizou 27. Portanto, entre a primeira e a última portaria, houve um aumento de novas marcas que superou 100%.

Mercado em expansão

Durante algum tempo o problema dos agrotóxicos era exclusivo das regiões centro sul do Brasil. Atualmente, a incidência de tais substâncias vem se espalhando para outras regiões do Brasil, dentre elas o Nordeste, que tem na fruticultura uma das suas principais matrizes econômicas. Por ser uma atividade que se sustenta graças à irrigação, a aplicação de substâncias tóxicas em quantidades elevadas está agravando a qualidade do solo e dos mananciais hídricos, que abastecem a população da região. Situação semelhante ocorre no Centro Oeste do Brasil, mais especialmente no estado do Mato Grosso do Sul, cujas águas dos rios e a própria chuva vêm apresentando elevadas incidências de contaminação por metais pesados.

Como se não bastasse o problema dos agrotóxicos, está em discussão no Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) a liberação de portaria visando a reutilização de resíduos industriais, como sobras de fundição de siderurgia, para a produção de micronutrientes a serem empregados na produção de fertilizantes agrícolas. O que causa preocupação é a quantidade de metais pesados presentes nos insumos, como chumbo, arsênico, cádmio, mercúrio manganês etc. A pressão de entidades ambientais e científicas contrárias a esta aberração é em decorrência da insustentabilidade da proposta de resolução do Conama.

No primeiro Congresso Mundial de Nutrição e Saúde, ocorrido no Rio de Janeiro em 2012, além das diversas temáticas que foram abordadas no campo da alimentação sustentável, o que marcou o encontro foi o manifesto promovido pelos presentes contrários à resolução do Conama, que tenta liberar a produção de micronutrientes para a produção de fertilizantes a partir de resíduos industriais. Pois, ocorrendo a liberação, intensificará a contaminação do solo e dos alimentos, com impactos imprevisíveis ao ambiente e à saúde humana.  O mercado dos agrotóxicos, insumos e das sementes, além de movimentar cifras bilionárias anualmente, que supera o PIB de vários países, tem a fabricação e comercialização desses produtos controladas por um cartel (acordos entre si) constituído por seis grandes multinacionais - Basf, Bayer, Dupont, Monsanto, Syngenta e Dow. O poder é tanto que, em países com pouca tradição democrática, como o Brasil, muitos dos agrotóxicos e sementes modificadas liberados para comercialização ocorreram mediante acordos públicos envolvendo empresas como a Embrapa, considerada uma das mais conceituadas no campo das pesquisas agropecuárias no mundo.

Em se tratando de Brasil, nas empresas gigantes do agronegócio, 90% dos produtos formulados para a produção de inseticidas, fungicidas, herbicidas etc. são de matéria prima oriunda da China. Outro dado assustador é o modo como são comercializados esses produtos: 44% ocorrem direto com o cliente; 24% vão para a indústria; e 32% têm como destino a revenda. Com base nesses números, o que fica evidenciada é a situação de risco no qual a população brasileira está assentada. Não há como controlar tamanha aberração e o pior de tudo é o desconhecimento quase por completo do teor de toxidade dos alimentos consumidos atualmente pela população. Uma das saídas, como forma de evitar possíveis contaminações, seria procurar caminhos alternativos, como o consumo de orgânicos, porém, os preços cobrados inviabilizam a aquisição dessas variedades, especialmente pela população de baixa renda.

Falta de rigor na regulação

Outro aspecto estarrecedor é quanto ao valor pago à Anvisa pelas multinacionais para registrar um novo produto. A cada nova marca registrada, a Agência reguladora recebe noventa reais. Nos Estados Unidos, o valor cobrado pela EPA chega a 600 mil dólares. Além do mais, lá existem 854 técnicos trabalhando na regularização dos registros de agrotóxicos, enquanto no Brasil o número de profissionais é de aproximadamente 50.

Como foi anteriormente descrito acerca dos oligopólios que controlam o mercado dos agrotóxicos, na área da alimentação, o domínio se dá através do comércio varejista, reunindo três grandes multinacionais – a Nestlé, com 26%, vindo atrás as empresas Coca Cola e Pepsi. Na área dos fertilizantes, o controle é dividido entre a holandesa Bunge, Yara e Mosaic. Um dado importante acerca do mercado dos fertilizantes no Brasil, no começo da década de 1990, empresas estatais como a Fosfértil e Ultrafértil mantinham o controle desse segmento. Com a abertura econômica patrocinada pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello e levada adiante pelos sucessores, as empresas transnacionais vinculadas ao agronegócio encontram no Brasil espaço fértil para expandir seus negócios, aproveitando as vantagens oferecidas pelo Estado mediante subsídios fiscais.

Com essas políticas, abriram-se as portas para que companhias estrangeiras conquistassem no Brasil status de poder capaz de influenciar os poderes legislativos e executivos na regulação de leis menos restritivas, especialmente no que tange a comercialização de fertilizantes e agrotóxicos. Nesse aspecto, diante da concepção de economia sustentável que o governo brasileiro tenta incutir no imaginário social, na defesa de uma alimentação mais saudável e nutritiva, esconde-se uma política perversa e terrorista, dominada por setores agroquímicos, que vêm introduzindo a venda casada de sementes geneticamente modificadas e agrotóxicos.

O argumento utilizado para justificar essas políticas de estímulo à transgenia refere-se à escassez de alimentos em face de forte demanda populacional. O problema, no entanto, não está na escassez, e sim na forma como é distribuído o alimento, onde se privilegiam os países mais ricos, que absorvem maior parcela do que é produzido globalmente. Com isso, o combate à fome e à pobreza extrema exige enfrentamento de suas causas profundas, que estão na forma como tais sociedades foram organizadas, divididas em classes, uma que detém a maior parcela das riquezas produzidas, e outra, que congrega a base da pirâmide social, refém das políticas assistencialistas dos governos e condicionada à dependência da classe dominante. No caso brasileiro, o problema da fome e da miséria está vinculado ao modo como a propriedade agrícola está constituída, controlada por grandes corporações do agronegócio, pautadas numa matriz agrícola baseada na monocultura de exportação.

Pautada numa política de custo-benefício, a introdução dos transgênicos se apresenta como um divisor de água entre o tradicional e o moderno no que tange a cultura de alimentos. É preciso relativizar os argumentos lançados por entidades científicas acerca da segurança do consumo das variedades geneticamente modificadas. Além do fato de a semente passar por um processo de mutação genética, que não se sabe ainda qual o risco que pode provocar nos organismos vivos, há ainda o agravante de que a mesma se torna resistente a certos agrotóxicos.

Epidemia de contaminações?

Em relação às substâncias tóxicas, de acordo com informações do Ministério da Saúde, anualmente 400.000 mil pessoas são contaminadas, totalizando quatro mil mortes. Porém, esses dados são relativos em virtude da precariedade dos órgãos da saúde que monitoram os dados. Muitas pessoas, ao procurarem a unidade de saúde apresentando algum sintoma suspeito de intoxicação, não têm, nos prontuários apresentados, relatos de ingestão ou contaminação por algum tipo de substância proveniente do manejo de agrotóxico. Portanto, admite-se que, de cada indivíduo avaliado com intoxicação, outros cinqüentas ficam de fora. O processo de contaminação do solo, dos alimentos e da intoxicação das pessoas no Brasil é ainda maior quando se sabe que expressiva parcela da população residente no campo, que apresenta baixa escolaridade. Outro fator é a falta de treinamento oferecido para o seu manejo dos instrumentos e aplicação dos produtos. Muitas vezes, por falta de instrução, o agricultor aplica inúmeras vezes o produto no solo, esperando uma resposta imediata. Não tem o conhecimento de que, quando aplicados no solo os aditivos que compõem o produto, como o glifosato, considerado um dos mais comuns, o mesmo sofre transformações moleculares, destruindo por completo os microorganismos responsáveis pela biodegradação - tanto das plantas, como do próprio componente químico, cuja durabilidade ou tempo de vida no solo pode ser pequena, média ou grande.

Também a falta dos microorganismos afeta a qualidade das plantas, tornando-as suscetíveis a novas pragas, cada vez mais resistentes aos venenos, fazendo com que o agricultor faça mais aplicações. Dentre as substâncias mais utilizados estão aqueles cuja composição química é formada pelos “organofosforados”. Análises feitas em abelhas em Itajaí/SC constataram a presença desse componente no seu organismo. Outro exemplo de contaminação ocorreu na cidade de Gavião Peixoto, interior de São Paulo, onde foi presenciada grande mortandade de abelhas. Após análises feitas, constatou-se que as mesmas apresentavam no seu organismo partículas de Fibronil, inseticida utilizado nos canaviais da região.

Em relação às abelhas, esse inseto está no planeta há mais de sessenta milhões de anos, e desenvolveu um sistema mutualista perfeito com os vegetais. São ou eram 40 mil espécies conhecidas no mundo; somente no Brasil esse número chegava a três mil. Das 250 mil variedades de plantas conhecidas e que produzem flores, 90% delas depende dos insetos para a polinização, sendo as abelhas uma das principais responsáveis pela dispersão do pólen. Porém, nos últimos anos, em decorrência do crescimento do uso de veneno na agricultura, vem se registrando o desaparecimento de milhares de colméias, especialmente nos países onde a aplicação de inseticidas e outras substâncias tóxicas têm sido maior, como nos Estados Unidos, alguns países europeus e o próprio Brasil.

Diante desse fenômeno, a EFSA, agência europeia que regula a comercialização de agrotóxicos, exigiu que fossem submetidos a exames três inseticidas da classe dos neonicotinoides produzidos pela Bayer. A entidade reguladora alega que estaria na aplicação desse inseticida uma das possíveis causas pelo desaparecimento das abelhas. Como tentativa de resolver o problema, países como Itália, França, Alemanha e Eslovênia proibiram o comércio dessa substância na agricultura. Além de a contaminação se dar sob a forma indireta, ou seja, mediante pulverização, outro processo que já está se tornado corriqueiro é a comercialização de sementes com veneno, que, ao germinarem, introduzirão no DNA das plantas partículas tóxicas que se acumularão no pólen das plantas.

O problema da fiscalização acerca do comércio dos agrotóxicos no Brasil é imenso, situação essa constatada quando da análise feita em alimentos, onde foi verificada a presença de partículas do agrotóxico “Metamidofós”. O estranho é que tal produto foi proibido na China junto com outros cinco produtos em 2007. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) confirmou que, depois da sua proibição, houve aumento de importação do mesmo em 2008, e os gastos para sua aquisição superaram os 15 milhões de dólares.

Outro ingrediente ativo para vários inseticidas, herbicidas e acaricidas, o “Endossulfam”, considerado muito perigoso, o governo brasileiro proibiu sua importação a partir de 2011. No entanto, mesmo proibido, sua fabricação continuou até 2012, e, mesmo após essa data, a comercialização foi mantida, cujo prazo expirará em 31 de julho de 2013. Portanto, tal ingrediente continua fazendo parte dos agrotóxicos utilizados na agricultura brasileira. O que assusta em relação ao Endossulfam é que partículas desse ingrediente, em contato com o organismo humano, alteram o sistema imunológico, provocando doenças degenerativas como o câncer e lesões no fígado, rins e testículos, reduzindo a fertilidade. Com relação ao Endossulfam, em Petrolina e Juazeiro, municípios do estado de Pernambuco, cuja economia está baseada na fruticultura de irrigação, duas marcas de agrotóxicos que têm como base ativa o Endossulfam estavam entre as mais vendidas.

Como não bastasse o envenenamento da população pelas empresas que controlam o comércio de agrotóxicos, essas mesmas multinacionais jogam toda responsabilidade pela coleta e reciclagem das embalagens para o município ou para os próprios agricultores, que são forçados a promoverem campanhas de tríplice lavagem dos equipamentos e das embalagens dos agrotóxicos. No manuseio dos equipamentos e dos frascos, o agricultor corre novamente o risco de sofrer nova contaminação, como também a contaminação dos mananciais.

A região Centro Oeste do Brasil, onde estão concentradas as nascentes dos principais rios que alimentam o Amazonas e a Bacia do Rio da Prata, sofre com o processo de contaminação proveniente da expansão da fronteira agrícola. Dentre as dezenas de substâncias tóxicas aplicadas na agricultura de milho, algodão, cana-de-açúcar, o DDT faz parte do pacote, produto esse banido no Brasil desde 1985.

Jairo Cezar é professor de História da Escola de Educação Básica de Araranguá/SC
Última atualização em Quarta, 29 de Maio de 2013

  

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Saiba mais lendo o livro:

"Um avião contorna o pe´de jatobá e a nuvem de agrotóxicos pousa na cidade" 

Disponivel em:   http://aspta.org.br/2011/10/um-aviao-contorna-o-pe-de-jatoba-e-a-nuvem-de-agrotoxico-pousa-na-cidade/

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O lado escuro da comida

A indústria da comida nunca produziu tanta tranqueira. Seu prato polui mais que o seu carro. E estamos sendo envenenados por pesticidas. Ou não? Descubra o que é verdade e o que é mentira nas intrigas que rondam os alimentos

por Claudia Carmello, Barbara Axt, Eduardo Sklarz e Alexandre Versignassi

Frango. Água. Maisena modificada. Soda para cozimento. Sal. Glicose. Ácido cítrico. Caldo de galinha. Fosfato de sódio. Antiespumante dimetilpolissiloxano. Óleo hidrogenado de soja com antioxidante TBHQ. Isso agregado a mais 26 ingredientes é o que conhecemos pelo nome de nugget. A receita é produto de um sistema que faz de lasanha congelada a tomates mais ou menos do mesmo jeito que se fabricam canetas, ventiladores ou motos. É a agropecuária industrial. Ela começa nos combustíveis fósseis. Petróleo carvão ou, mais comum hoje, gás natural são a matéria-prima dos fertilizantes. E os fertilizantes são a matéria-prima de tudo o que você come hoje, seja alface, seja dois hambúrgueres, alface, queijo e molho especial - no pão com gergelim.
Verdade - Fertilizante mata
Mata peixes, não pes-soas. Mas mata. Resíduos de fertilizante vão parar em rios, e daí para o mar. Lá eles fertilizam algas e elas crescem. Mas isso não é bom: quando elas morrem, sua decomposição rouba oxigênio da água. E os peixes sufocam. São as chamadas zonas mortas. Existem quase 400 delas nos mares.

Sem eles para anabolizar as plantações, não haveria comida para todo mundo. O problema é que, com eles, podemos ficar sem mundo. "Na porteira da fazenda, ainda antes do uso, um saco de 100 quilos de fertilizante químico já emitiu 4 vezes esse peso em CO2 para ser fabricado. Depois que aplicam no solo, pelo menos 1 quilo daquele nitrogênio (elemento principal do fertilizante) é liberado para o ar em forma de óxido nitroso, um gás quase 300 vezes pior para o aquecimento global do que o CO2", diz o agrônomo Segundo Urquiaga, da Embrapa. Nessa toada, a agropecuária consegue emitir sozinha 33% dos gases-estufa do mundo, mais do que todos os carros, trens, navios e aviões juntos, que somam 14%.

Além disso, os fertilizantes deixam resíduos debaixo da terra que chegam aos lençóis freáticos e acabam no mar. Mas isso é pouco comparado ao que a comida moderna pode fazer ao seu corpo. Voltemos ao nugget.

VOCÊ É FEITO DE MILHO E SOJA
Os empanados de frango são um dos ícones da indústria de alimentos, baseada, como qualquer outra, em mecanização, uniformização, produtividade. Essas exigências levam a um fato curioso: há quase 40 ingredientes diferentes em um nugget, mas 56% dele é milho.

A maisena é farinha de amido de milho - o ácido cítrico, a dextrose, a lecitina, tudo é feito com moléculas desse grão. Ou com grãos de soja, dependendo do que estiver mais em conta no mercado de commodities agrícolas (pensando bem, até a galinha é feita de milho e soja - é isso que ela come de ração. Metade da área plantada no Brasil é dominada pela soja, que aparece em 70% dos alimentos processados. E um terço das plantações americanas são lavouras de milho Isso acontece porque soja e milho produzem mais calorias que a maioria das plantas; são resistentes ao transporte e a anos de estocagem, entre outras vantagens competitivas.

Mas qual é o problema de chegar a essa variedade de comida com apenas dois grãos? Os bois podem dar uma primeira resposta.

No mundo desenvolvido, praticamente toda a carne sai das fazendas de confinamento - galpões onde os bois passam a vida praticamente empilhados uns nos outros, só engordando. Nesses galpões, a comida do boi não é capim, mas ração à base de milho e soja. O inconveniente é que ele não come grãos. Industrialmente falando, um boi é uma máquina que transforma celulose de capim (algo que o nosso organismo não digere) em proteína comestível - a carne dele. Mas capim é bem menos calórico que milho e soja. Para ele crescer rápido e ir logo para o corte, tem que ser ração mesmo. Só que o metabolismo do bicho pena para processar tanta comida indigesta. A fermentação dos grãos no sistema digestivo dele pode causar um inchaço do rúmen (o estômago do boi) que pressiona os pulmões e pode matar o animal. Para combater isso, os criadores enchem os bois de antibiótico: 70% dos antimicrobiais usados nos EUA são misturados às rações de animais. O problema é que isso cria superbactérias resistentes a antibióticos. É Darwin em ação: os antibióticos nem sempre matam todas as bactérias. Às vezes sobram algumas que, por mutação genética, nasceram imunes ao remédio. Sem a concorrência de outras bactérias, elas se reproduzem à vontade. Nasce uma cepa de micro-organismo mais resistente a qualquer antibiótico. Ela podem ser letal. Ainda mais se for parar na prateleira do supermercado.

Foi o que aconteceu com uma variedade agressiva de Escherichia coli. Em 2001, o garoto americano Kevin Kowalcyk, de 2 anos de idade, comeu um hambúrguer contaminado por essa bactéria e morreu 12 dias depois. O caso produziu algo inusitado: um recall de hambúrguer.

No Brasil isso não é um problema. Só 6% do nosso abate vem de confinamentos, contra 99% nos EUA. Aqui os bois ficam soltos. Bom para eles, pior para as bactérias. Mas pior também para as florestas. Nossos pastos são formados à custa de desmatamento da Amazônia e do cerrado. E isso leva o Brasil ao posto de 5º maior emissor de CO2 do mundo. Quase 52% dos nossos gases-estufa vêm do desmatamento. Para frear isso de forma realista (porque parar de criar bois e de exportar carne não tem nada de realista), a solução é o confinamento. Só que essa modalidade de criação também não é a panaceia para o ambiente. Os galpões de gado causam tantos impactos quanto uma cidade grande: lixo, esgoto, rios poluídos... Até mais, na verdade. Só os animais confinados que existem hoje nos EUA produzem 130 vezes mais dejetos do que todos os americanos juntos.

Todo esse cocô vai para grandes lagos de esterco, que servem de parque aquático para bactérias: elas podem passar desses lagos para o solo de uma lavoura. Podem e conseguem. Só de recalls de vegetais contaminados por E. coli já foram 20 na última década nos EUA. Em 2009, um surto de salmonela matou 8 pessoas e adoeceu 600 por lá. Grave. Mas não deixam de ser casos isolados. O maior problema da comida hoje é outro: o fator Roberto Carlos.

IMORAL E ENGORDA
O Rei estava certo quando disse que tudo o que ele gosta é imoral, ilegal ou engorda. Comida gostosa, mas gostosa mesmo, viciante, só é boa porque é calórica - os aspargos que nos perdoem, mas gordura e açúcar são fundamentais. Não para a saúde, mas para o cérebro. Ele gosta mesmo é de porcaria. Nosso cérebro nos recompensa com doses de dopamina cada vez que comemos algo bem calórico, energético. É que no passado isso era questão de sobrevivência - havia pouca comida disponível, então quanto mais calórica ela fosse, melhor. A massa cinzenta dá essa mesma recompensa dopamínica depois do sexo ou de drogas pesadas. Por isso mesmo basta experimentar qualquer uma dessas coisas uma única vez para ter vontade de repetir. Com comidas energéticas, recheadas de carboidratos ou gorduras, não é diferente, você sabe. É impossível comer um só.
Mito - Frango com hormônio
Uma das lendas mais persistentes é a de que o frango é entupido de hormônios. E que esse hormônio pode ser letal para nós. Não. Não rola hormônio. "O segredo para o frango crescer tão rápido está na genética", diz o engenheiro agrônomo Gerson Neudí Cheuermann, da Embrapa. A fórmula da ração do frango não é segredo: além de milho, soja e minerais, entram aminoácidos produzidos em laboratório (metionina e lisina), que servem de fato para bombar o galináceo, mas não fazem mal para quem come.

E a indústria dos alimentos se formou justamente em torno das comidas que mais liberam dopamina. Isso começou no final do século 19, com o início da produção em massa de açúcar e farinha de trigo refinada. Refinar uma planta significa estirpá-la de suas fibras, proteínas, minerais e deixar só o que interessa (pelo menos do ponto de vista do cérebro): carboidrato puro, energia hiperconcentrada. Depois vieram conservantes mais potentes (como o antiespumante e o antioxidante lá do nugget) e o processamento artificial, com máquinas que transformam carcaças de bichos e um monte de subprodutos de milho e de soja em coisas bonitas e de sabor viciante. Começava a era da comida industrializada. A nossa era.

E a produção de alimentos nunca mais seria a mesma. O cérebro do consumidor guia a indústria dos alimentos. Esse cérebro prefere comida turbinada por açúcar e gordura, certo? Então a seleção natural age de novo, mas dessa vez no mercado: só sobrevive quem produz comida mais gostosa. E a mais gostosa é a gorda (olha o Robertão aí de novo!). Natural, então, que o mercado de comida processada acabasse dominado por bombas calóricas. Nosso amigo nugget, por exemplo, recebe doses extras de gordura (óleo hidrogenado de soja) e também de açúcar (a glicose). Mais do que alimentar, a função dele é dar prazer.

Mas é um prazer que pode custar caro. Um "suco natural" industrializado, por exemplo, pode ter até duas colheres de açúcar para cada 200 mililitros. Nosso corpo não é adaptado para suportar doses cavalares como essa o tempo todo. A produção de insulina, por exemplo, pode sobrecarregar e dar pau - e sem esse hormônio, que gerencia o processamento de acúcar no organismo, você se torna diabético.

Nos EUA, 1 em cada 10 adultos tem diabetes - duas vezes mais do que em 1995. E a perspectiva é que essa proporção triplique nas próximas décadas, agora que 1,6 milhão de novos casos são diagnosticados por ano. Para completar, 70% da população é considerada acima do peso. E nós aqui no Brasil estamos indo por esse caminho. Quanto mais a economia cresce, maior fica a nossa cintura. No meio dos anos 70, quando o IBGE mediu pela primeira vez o peso da população, 24% dos brasileiros estavam acima do peso. Hoje são 50%.

O aumento de peso pode ser o resultado mais visível de uma dieta inadequada. Mas quem está na parcela sem pneuzinhos da população também corre riscos. Principalmente por causa de outro ingrediente-chefe da comida industrializada: o sal. "A maior parte do sal que a gente consome não está nos saleiros, mas nos alimentos processados" diz Michael Klag, diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade John Hopkins, nos EUA. O sal é adicionado para ajudar a preservar o produto e, principalmente, reforçar o sabor. E ele acaba onde você menos espera. Está nos cereais de café da manhã e até nos achocolatados - para deixar o chocolate menos enjoativo.

A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de, no máximo, 6 gramas de sal por dia para evitar pressão alta - e as doenças que ela causa. Os brasileiros comem o dobro disso. De acordo com a Ação Mundial pelo Sal e pela Saúde, uma organização que reúne membros em 81 países para tentar diminuir o consumo global de sal, se a população mundial comesse apenas os tais 6 gramas de sal por dia, haveria 24% menos casos de ataques cardíacos pelo mundo e 18% menos derrames.

Os hábitos alimentares de hoje podem estar contribuindo também para um aumento em alergias alimentares e doenças intestinais. Para você ter uma ideia, o número de pessoas internadas em hospitais por causa de alergias nos EUA quadruplicou entre 2000 e 2006 (de 2 600 para 9 500 pessoas por ano). O maior suspeito aí é a falta de fibras da comida industrializada.

Uma pesquisa liderada por Paolo Lionetti, da Universidade de Florença, analisou a flora intestinal de crianças italianas e comparou com a de garotos de Burkina Fasso, na África, que têm uma dieta rica em fibras e nunca viram comida processada. Então descobriu que as crianças africanas tinham uma flora intestinal mais variada, capaz de protegê-las de uma série de doenças. "Acredito que a dieta dos países ocidentais tem um papel importante no aumento das alergias e infecções intestinais", diz Paolo.

Os nuggets, pizzas congeladas e cia. não são o único problema. A comida reconhecidamente saudável também tem seus pontos fracos. Dados dos governos americano e inglês mostram quedas nas quantidades de ferro, vitamina C, riboflavina, cálcio, zinco, selênio e outros nutrientes em dezenas de colheitas monitoradas desde os anos 50. Hoje, você tem que comer 3 maçãs para ingerir a mesma quantidade de ferro, por exemplo, que uma maçã fornecia. São várias as razões que poderiam justificar esse fenômeno. Parte da explicação pode vir dos critérios que usamos no melhoramento genético, selecionando variedades de milho, soja e outras plantas segundo a produtividade, não a qualidade nutricional. Pior: nossas plantas criadas à base de fertilizantes, como crescem mais rápido, têm raízes menores e menos tempo para acumular nutrientes além daqueles que vêm no próprio fertilizante. Mais: poupadas de lutar contra insetos pelo uso de pesticidas, estariam produzindo menos polifenóis - substâncias que usam como mecanismo de defesa e que nos beneficiam por suas ações anti-inflamatórias e antialérgicas.





VENENO NA FEIRA
Tão fundamentais para a agricultura moderna quanto os fertilizantes são os pesticidas. Ainda mais com as monoculturas sem fim de hoje. Imagine o que acontece quando um inseto que tem na raiz da soja seu prato preferido topa com hectares e mais hectares onde só existe essa planta? Ele não arreda mais o pé dali, se reproduz vertiginosamente e traça tudo o que vê pela frente: eis uma praga agrícola. Elas não são novidade. Mas claro que, com a demanda por alimentos que existe hoje, seja ou não comida industrializada, não dá para abrir mão deles.
Verdade - Dá para se proteger dos agrotóxicos veja como:
1. Prefira produtos locais
Frutas importadas, por exemplo, terão mais químicos para suportar a viagem e chegar em bom estado ao Brasil.

2. Lave as frutas com esponja
Só água pode não ser o bastante para tirar os resíduos de pesticida.

3. Compre produtos da época
As frutas que não são da estação recebem mais agrotóxicos para durar além da conta.

4. Evite a beleza exagerada
Desconfie da fruta que parece obra de arte. Ela pode ter recebido mais agrotóxicos.

No Brasil, menos ainda. O surgimento de novas pragas, como a ferrugem de soja (um fungo nocivo), transformou o país no maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Superamos os EUA nesse quesito em 2008, quando o mercado de defensivos agrícolas movimentou mais de US$ 7 bilhões no país. A façanha tem consequências. Em junho passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou o relatório anual sobre a presença de resíduos de agrotóxicos nas frutas, verduras, legumes e grãos que o brasileiro consome. Das 3 130 amostras de 20 culturas de alimentos estudadas pela agência em 2009, 29% apresentaram alguma irregularidade. Mas não é motivo para pânico. "O fato de um alimento apresentar resíduos de pesticida além do limite estabelecido não indica necessariamente risco para a saúde", diz a toxicologista Eloisa Caldas, da Universidade de Brasília. O ponto, segundo ela, é evitar uma dieta monótona. Quanto mais variada sua alimentação, menos chance você tem de comer o mesmo pesticida. E isso diminui o risco de intoxicação.

Mais seguro ainda é comprar alimentos orgânicos. Eles não recebem veneno em nenhum momento, desde o plantio até a gôndola do supermercado. Nem veneno nem fertilizante químico. Então são mais saudáveis para o ambiente. E a quantidade de nutrientes por centímetro cúbico é maior. O problema é que a produção da lavoura orgânica é, em média, 30% menor que a convencional - e os vegetais que saem dela acabam 30% mais caros.

Estudos mostram que, mesmo assim, daria para alimentar o mundo só com orgânicos. Mas só se o consumo de carne diminuir. O que uma coisa tem a ver com a outra? É que boa parte do que plantamos é para alimentar animais de criação. Uma peça de picanha, por exemplo, exige 75 quilos de vegetais para ser produzida. Só que o mundo está cada vez mais carnívoro - a China, depois de ter virado a 2ª maior economia do mundo, passou a comer 25% de toda a carne do planeta. Hoje temos 20 bilhões de animais de criação, e a perspectiva da ONU é que esse número vá dobrar até 2050.

Até existe um tipo de carne que não depende nada das plantações: os peixes selvagens. Mas eles não são a alternativa. Primeiro, porque os mais nobres estão acabando. Algumas espécies de atum e de bacalhau não devem escapar da extinção. Segundo, porque existe o perigo da contaminação por mercúrio, pelo menos para quem come certos peixes com frequência.



Cuidado: até os peixes mais saudáveis podem estar contaminados.

Nível de mercúrio

Quanto mais alta a concentração, maior o perigo para quem come com frequência*

Moderado
Atum em lata
Bacalhau

Alto
Atum DE SUSHI
Anchova

Muito alto
Cação
Peixe-espada

Funciona assim: embora o metal possa ser encontrado em todos os ambientes, é no meio aquático que mora o perigo. Graças à ação de bactérias, sobretudo em zonas alagáveis, o mercúrio é transformado em sua forma orgânica e mais perigosa: o metilmercúrio. Nessa versão, ele penetra nas algas. As plantas aquáticas têm baixo teor de mercúrio, mas os peixes herbívoros (que se alimentam dessas plantas) têm um pouco mais. E os predadores (que comem os herbívoros) acabam com um índice bem maior. Quanto mais perto do topo da cadeia alimentar, mais contaminado tende a ser o peixe. Não significa que todo peixe grande esteja contaminado. Se ele vive numa região livre de mercúrio, o que é comum, não tem problema. Mas claro: quem vê cara não vê contaminação. Você só tem como saber o estado dos peixes que comeu se acabar intoxicado - os sintomas são tremores, vertigem, perda de memória, problemas digestivos e renais, entre outros. Não, não precisa parar de comer esses peixes, só ter alguma moderação (veja no quadro). Mas o risco não deve diminuir - o mercúrio é um resíduo das termelétricas. E a maior parte do mundo ainda é movida a carvão...

Peixes contaminados, overdose de gordura e açúcar, fertilizantes que dependem de combustíveis fósseis e destroem ecossistemas... Estamos no fim da linha, então? Sim.

Mas já estivemos antes. Ontem mesmo era 1960, o mundo tinha 3 bilhões de habitantes e uma certeza: estávamos à beira de um colapso. Mais um pouco e não teria comida para todo mundo. Mas não. Chegamos a 6,5 bilhões de pessoas graças justamente à globalização dos fertilizantes e da comida industrializada - a produção em massa barateou os alimentos. Esse boom alimentício ficou conhecido como Revolução Verde. Agora, precisamos de mais revoluções. Uma, a da conscientização sobre os perigos do fast food e da comida processada, já começou. E a ciência tem feito seu papel também, pesquisando alternativas que vão de plantas geneticamente modificadas que dispensam fertilizantes e pesticidas até carne de laboratório - um meio de entregar proteínas sem o intermédio de animais. Seria uma espécie de segunda Revolução Industrial da comida. Não sabemos como nem quando ela vai acontecer. Mas há uma certeza: não podemos ser bestas de esperar pelo colapso.
Mito - Salmão com corante
O salmão é um peixe branco por natureza. O rosa vem da astaxantina, um pigmento que existe em algas microscópicas. Primeiro o camarão come essas algas, depois o salmão come o camarão e fica rosado. Só que os peixes criados em tanques não comem camarão. Deveriam ficar brancos a vida toda. Mas não. Eles são rosa também (menos, mas são). Corante? Não exatamente: o que fazem é colocar astaxantina na ração dos peixes - ela pode ser sintética ou vir daquelas microalgas mesmo.

• Cada 100 quilos de fertilizante químico emite 540 quilos de Co2 para ser fabricado.

• 1/3 das emissões de gases-estufa vem da agropecuária.

• Em 1940, gastávamos 0,5 caloria de combustível fóssil para produzir 1 caloria de comida, hoje gastamos 20 vezes mais.

• Hoje, A área desmatada na Amazônia para criar GADO equivale à de 100 cidades de São Paulo.

• 2/3 de todos os antibióticos fabricados nos EUA vão para a alimentação do gado. Isso cria superbactérias.

• 80% do pimentão vendido no Brasil tem mais agrotóxico que o permitido.

• Depois vêm: 56,4% - UVA / 54,8% - PEPINO / 50,8% - MORANGO

• As frutas anabolizadas por fertilizantes têm menos nutrientes como ferro, vitamina C, cálcio e zinco que as orgânicas.

* Mesmo o consumo diário pode não trazer riscos. Mas, se alguns desses peixes formam a base da sua alimentação, vale conversar com um médico sobre os perigos. ** Os mais usados nos restaurantes japoneses são o atum-branco e atum-amarelo. O de lata costuma ser da espécie skipjack, menor (e menos suscetível ao mercúrio).

Para saber mais

O Dilema do Onívoro
Michael Pollan, Intrínseca, 2007.

Uma História Comestível da Humanidade
Tom Standage, Zahar, 2010. 
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Veja aqui alguns dos temperos usados na cozinha do ComTradição






Conheça os benefícios dos temperos:



1. O louro é conhecido por facilitar a digestão e pode ser usado como repelente natural: coloque uma folha de louro nos recipientes do arroz, farinha, feijão, etc., e nunca mais terá aqueles famosos bichos que estragam os alimentos.



2. O tomilho é rico em ferro e cálcio. Esta especiaria é eficaz a melhorar problemas respiratórios e torácicos, como a tosse e a bronquite, mas também é muito eficaz para ajudar a vesícula preguiçosa e problemas de digestão lenta.



3. Salva ou Sálvia esta erva, cujo nome significa saúde, pode ser utilizada para dar ânimo e energia mas também para limpeza dos dentes, remoção do tártaro e dar um hálito agradável. Um banho tônico com um pouco de salva faz revigorar o corpo e a mente. É muito recomendada para quem tem diabetes. Prepare 100 gramas de folhas de sálvia em 1 litro de vinho branco seco. Beba frio e veja os seus níveis de açúcar no sangue baixarem. Além disso, é também muito boa para o sistema cardiovascular.



4. Oregãos possuem propriedades antioxidantes e são aconselhados no combate de inflamações e ajudam ainda no problema de aerofagia (excesso de ar no estômago).



5. O alecrim pode ajudar nas dores musculares, problemas da vesícula, problemas de ossos, dores de cabeça, depressões, problemas digestivos e muito mais. O óleo é conhecido por ajudar na bronquite, sinusite, no cansaço e como estimulante do sistema circulatório.



6. O manjericão é uma planta rica em magnésio, ferro, cálcio, potássio e vitamina C. Devido à presença do magnésio, o manjericão melhora a saúde do sistema cardiovascular, pois estimula os músculos e vasos sanguíneos a relaxar, melhorando o fluxo sanguíneo e reduzindo o risco de arritmias cardíacas.

Ele possui flavonoides, que protegem as estruturas celulares e os cromossomas contra a radiação e contra os efeitos dos radicais livres. O alimento também é anti-inflamatório, estimulante digestivo, calmante e previne problemas digestivos e infecções no intestino."




Fonte: Associação de Plantas e Flores

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Refrigerantes e outras bebidas causam 180 mil mortes precoces anuais


CicloVivo

Pesquisadores do departamento de saúde da Universidade de Harvard lançaram um estudo que aponta a relação entre bebidas açucaradas e a incidência de mortes precoces. Os especialistas consideraram a situação em 114 países e concluíram que 180 mil mortes são causadas anualmente em decorrência deste açúcar.
As bebidas que detêm este perfil e estão entre as mais consumidas no mundo são os refrigerantes, isotônicos, energéticos, entre outras. De acordo com o estudo, o excesso de açúcar ocasiona obesidade, doenças no coração, diabetes e alguns tipos de câncer, que por sua vez estão relacionados ao grande número de mortes precoces.
Os pesquisadores trabalharam este tema durante cinco anos, sob a liderança do pós-doutor Gitanjali M. Singh, e concluíram que das 180 mil mortes causadas pelas bebidas açucaradas 133 mil delas são relacionadas à diabetes, 44 mil por doenças cardiovasculares e seis mil em consequência de câncer.
Nos EUA os debates sobre as grandes embalagens de refrigerante já geraram muita polêmica e renderam proibições e novas legislações. Mesmo assim, a nação soma 25 mil mortes precoces com o perfil analisado pelos especialistas. O México é outra nação com destaque negativo. Os pesquisadores dizem que o consumo médio no país latino-americano e de 700 ml de bebidas deste tipo por dia, considerada a maior taxa entre os locais estudados.
O codiretor do programa de epidemiologia vascular de Harvar, Dariush Mozaffarian, explicou que três quartos destas mortes precoces estão concentradas em países de baixa e média renda. “Este não é apenas um problema dos países ricos”, informou o especialista em declaração à CNN.
“Nosso estudo mostra que dezenas de milhares de mortes no mundo são causadas pela ingestão de bebidas açucaradas e isso deve impulsionar as autoridades políticos a adotarem medidas fortes para reduzir o consumo de bebidas açucaradas”, finaliza Singh. Com informações do Inhabitat.
(CicloVivo)

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A médica Lívia Martins explica os benefícios da erva no tratamento da cólica, como calmante e para insônia. Ela também fala sobre os benefícios do capim santo.
Ouça a entrevista de Mara Régia, da Radioagência Nacional / EBC clicando no título acima.


Erva cidreira ou cidrão ingrediente dos sucos do ComTradição
Na cozinha do ComTradição utilizamos também esta erva no tempero das carnes do Barreado

GENGIBRE: ANTI-INFLAMATÓRIO 


NATURAL 

Na cozinha do ComTradição:
utilizamos o gengibre no tempero de carnes e cremes

O Dr. Al Sears indica um  analgésico que não tem efeitos colaterais.
E o mais interessante é  que  provavelmente você já tenha esse analgésico
aí na sua casa ! Plante num vaso, no quintal ou no jardim.
Os pedaços de gengibre podem durar longo tempo fora ou dentro da geladeira.
Pasme, mas esse analgésico se chama GENGIBRE.  Isso mesmo!  Gengibre.
Durante séculos o Gengibre tem  sido usado em toda a Ásia para tratar dores nas  articulações, resfriados e até mesmo indigestão.

O  Gengibre cru ou cozido pode ser um analgésico eficaz, mesmo para
condições inflamatórias como a osteoartrite. Isso porque a inflamação é a causa raiz de todos os tipos de problemas como artrite, dor nas costas, dores musculares,  etc.
Ele contém 12 compostos diferentes que combate  a inflamação.
Um desses compostos abaixa os  receptores da dor e atua nas terminações nervosas.
Juntos, eles trabalham quase o mesmo que as drogas anti-inflamatórias,
tais como o  ibuprofeno e a aspirina, mas sem os efeitos  colaterais.
Assim, se a sua intenção é  eliminar esses analgésicos, passe a consumir o  Gengibre.
Segue algumas dicas para você  ter uma boa dose diária de  gengibre:
Isso vai estimular a  circulação sanguínea e aliviar dores nas articulações.
Beber chá de gengibre: É barato. É muito  fácil. O gosto é ótimo. E cura
Aqui está  uma receita usada pelo Dr. Al  Sears:
* Quatro copos de água;
* Um  pedaço de aproximadamente 5 cm de Gengibre  descascado e
cortado em fatias; * Limão e mel a gosto. Se  preferir, use laranja
no lugar do limão.  Fica ótimo!

Procedimento:
Ferva a água numa panela com  fogo alto.
Assim que começar a fervura adicione as  fatias de Gengibre,
deixe em fogo baixo, cubra  a panela para que os vapores não saiam
e  deixe fervendo por aproximadamente 15  minutos.
O chá está pronto!
Basta coar, e adicionar o mel com o limão ou  laranja.



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PARA PROBLEMAS NO FIGADO!


Um ótimo tratamento natural para problemas no fígado é o chá de ginseng, Para preparar este remédio caseiro são necessários os seguintes ingredientes: 1 colher (sobremesa) de raiz de ginseng fatiada e 1 xícara de água.



Para preparar este remédio caseiro é muito fácil, o primeiro passo é ferver a água, após desligar o fogo o ginseng deve ser adicionado e o recipiente deve ser tampado. O chá deve ser coado e bebido 2 vezes ao dia, de preferência ao acordar e ao final da tarde.



O ginseng protege o fígado do acumulo das toxinas, da redução do nível de enzimas e regula as suas funções. Apesar de diminuir os sintomas provocados pelos problemas do fígado que incluem enjôos, vômitos e dores de cabeça, recomenda-se combinar o uso do chá de ginseng com uma dieta equilibrada, rica em frutas e legumes e a pratica de exercícios físicos.



Indivíduos com sintomas de problemas no fígado também devem evitar o consumo de álcool, café, chocolates e refrigerantes.



 
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Consumo de alimentos carotenogênicos é insuficiente entre os brasileiros

Publicado em fevereiro 22, 2013 por HC

Pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, revela que o consumo de carotenóides entre brasileiros é abaixo da média considerada ideal. O consumo dessas substâncias tão importantes para a saúde é proporcional à renda e escolaridade da pessoa. Os carotenóides também são indicadores de uma alimentação saudável e balanceada e seu baixo consumo é o reflexo de reduzida ingestão de frutas e hortaliças, consideradas fontes importantes de nutrientes e fibras.



Legumes, verduras e frutas são fontes de carotenóides.

Segundo o mestre em ciência e tecnologia de alimentos, Rodrigo Dantas Amâncio, o Brasil encontra-se em uma fase de transição nutricional. Neste período, os problemas de sobrepeso coexistem com a inanição e problemas relacionados à desnutrição. “Em 2008 e 2009, os índices de déficit de peso reduziram drasticamente e a obesidade dobrou na população adulta feminina e está quatro vezes maior na população masculina adulta, se comparados com dados da década de 1970”, aponta o pesquisador. Apesar de conseguir alimentar-se mais, o brasileiro não está necessariamente se alimentando melhor.

Os carotenóides podem ser consumidos a partir da ingestão de frutas, legumes e verduras, podendo contribuir para retardar e até mesmo prevenir diversos tipos de doenças e suprir a falta de vitaminas. “Os níveis prudentes de ingestão de carotenóides totais são de 9.000 a 18.000 microgramas por dia. A pesquisa revelou que a média de consumo nacional foi de 4.117 microgramas por dia, abaixo dos valores preconizados como seguros”, registra Amâncio. Para suprir o valor indicado bastaria comer um prato de salada de agrião, brócolis e cenoura e, como sobremesa, escolher uma fruta como manga ou pêssego. Entretanto, mais que apenas isso, recomenda-se o aumento no consumo destes alimentos nas refeições realizadas ao longo do dia, sobretudo quando o a refeição é realizada fora do domicílio.

O sobrepeso pode causar doenças crônicas não transmissíveis como câncer, hipertensão, doenças cardíacas e diabetes, que são as principais causas de morte no País. Enquanto isso, a carência de nutrientes na dieta pode trazer problemas como a hipovitaminose A, que consiste em uma insuficiência de vitamina A no organismo, podendo levar até mesmo à cegueira.
Para evitar tanto um extremo quanto o outro, a ingestão de carotenóides é indispensável. Segundo o pesquisador, “o consumo de substâncias bioativas, como os carotenóides (alfa-caroteno, beta-caroteno, beta-criptoxantina, licopeno, luteína e zeaxantina), são considerados antioxidantes podendo prevenir as doenças crônicas não transmissíveis”. Alimentos como tomate e seus derivados, manga, cenoura, acerola, cajá, goiaba, mamão, abóbora, alface, agrião, couve e milho são apenas alguns exemplos de alimentos ricos em carotenóides.

A pesquisa teve âmbito nacional e o objetivo foi analisar e conhecer o consumo de carotenóides de acordo com região, sexo, faixa etária, escolaridade e Índice de Massa Corporal (IMC). Foram analisados 34.003 casos de pessoas a partir de 10 anos de idade de todo o Brasil. Os dados utilizados na pesquisa foram obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009.

Contrastes

As pessoas consideradas obesas — cujo IMC é maior ou igual a 30 — são consideradas um grupo de risco no que diz respeito ao desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis. A pesquisa mostrou que, apesar da necessidade, este grupo não ingere nem metade da quantidade adequada. Quando é analisado o consumo de carotenóides fora do domicílio, esse é o grupo que menos ingere as substâncias, em relação ao consumo total. Também ocorre consumo inadequado dos carotenóides entre os jovens com idade entre 10 e 19 anos. O consumo dessas substâncias é essencial principalmente nesse período da vida, em que a pessoa encontra-se em desenvolvimento e a necessidade de nutrientes que evitem futuras doenças é maior.

A pesquisa também avaliou o consumo de carotenóides conforme classes sociais. O resultado é alarmante: pessoas com as melhores renda e escolaridade possuem informação e recursos que as possibilita uma alimentação melhor e mais balanceada. “Já a população de baixa renda e baixa escolaridade tem consumido alimentos de elevada densidade energética (doces, refrigerantes e frituras, por exemplo) e menor custo”, explica Amâncio. Quando comparando as regiões do Brasil, é possível identificar a região norte com as menores proporções de consumo nas refeições em domicílio. Se considerar a ingestão fora do lar, esta é a zona responsável pelas maiores percentagens, em relação ao consumo total.

“O Brasil possui condições climáticas favoráveis à produção de alimentos carotenogênicos e uma biodiversidade muito rica. Mesmo assim, os alimentos típicos desta biodiversidade não estão entre os mais ingeridos pela população”, observa Amâncio.

Uma preocupação do pesquisador é a substituição de alimentos como frutas e verduras por alimentos industrializados, com altos teores de açúcares, gorduras e sódio. Uma alimentação saudável é essencial para a qualidade de vida da população e a educação nutricional é uma intervenção que se faz necessária no cenário atual brasileiro.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Matéria de Rúvila Magalhães, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 22/02/2013

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Pesquisa com resíduos de romã sugere sua potencialidade como aliado na prevenção da doença de Alzheimer

Publicado em fevereiro 6, 2013 por

 

romã
Microcápsulas a base do extrato casca de romã poderiam ser incorporado na dieta. Foto: AlivebyNature

 

Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, uma pesquisa com resíduos de romã constatou sua potencialidade como aliado na prevenção da doença de Alzheimer. O trabalho foi realizado pela pesquisadora Maressa Caldeira Morzelle, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), sob a orientação da professora Jocelem Mastrodi Salgado.

Inúmeros estudos indicam que, entre pessoas que consomem frutas e verduras regularmente, é raro o diagnóstico de doenças degenerativas decorrentes da idade avançada. “Isso se deve ao fato de que a quantidade de antioxidante presente nesses alimentos é elevada”, comenta a autora do estudo.

De acordo com a pesquisa, em se tratando da romã, apenas na casca da fruta é possível encontrar mais antioxidante do que em seu suco e sua polpa. Os antioxidantes são essenciais para a prevenção contra os radicais livres que matam as células do nosso corpo, o que acarreta em doenças degenerativas em geral.

Sabendo disso, Maressa buscou alternativas que pudessem concentrar todo o extrato da casca em pó, para ser diluído como suco, ou adicionado a sucos de outros sabores, levando em consideração os desafios do processamento e armazenagem, e o fato de que a adição do composto bioativo não poderia afetar as propriedades sensoriais do produto final.

Ação antioxidante

A conclusão do trabalho foi bastante satisfatória em relação ao desempenho do extrato de casca de romã elaborados com etanol e água, que não teve sua atividade anticolinesterásica (inibição de enzimas associadas ao Alzheimer) e sua capacidade antioxidante afetada por esta forma de armazenamento. Observou-se também, resultados positivos em relação ao preparado em pó para refresco, que não teve suas características sensoriais alteradas.
“Desta forma, verifica-se o potencial para a indústria no emprego das microcápsulas a base do extrato casca de romã como um ingrediente a ser incorporado na dieta, sendo um aliado na prevenção da doença de Alzheimer”, conclui a pesquisadora.
O mau de Alzheimer, doença degenerativa e atualmente incurável, atinge na maioria dos casos, idosos com idade entre 60 e 70 anos. No Brasil cerca de 900 mil pessoas já foram diagnosticadas com a doença.
Imagem: site http://www.sxc.hu/
Matéria de Lucas Jacinto, da Assessoria de Comunicação da Esalq / Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 06/02/2013

 

 

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Como envenenar crianças


Frei Betto*
Muito além do peso, documentário de Estela Renner e produção de Marcos Nisti, é obrigatório ser visto em escolas e famílias. Jamais tive conhecimento de um filme tão pedagógico quanto à alimentação infantil.

Nossas crianças estão sendo silenciosamente envenenadas por ingerirem bebidas e comidas nocivas. Todas amplamente anunciadas na TV e na internet, de modo a criar hábitos perenes de consumo.
Embora a legislação de muitos países já proíba publicidade de alimentos prejudiciais à saúde das crianças, como são os casos do Chile, da França e do Reino Unido, o governo brasileiro teima em ficar submisso à pressão das empresas produtoras. Reluta em assegurar qualidade de vida à nossa população. Enquanto a Vigilância Sanitária libera, o Ministério da Saúde arca com os bilhões de reais gastos em doenças evitáveis.

Pesquisas indicam que os produtos expostos à publicidade chegam a ter suas vendas aumentadas em 134%.

No Brasil, 30% das crianças apresentam sobrepeso e 15% delas já são obesas. Cresce de modo alarmante a incidência de obesidade infantil, colesterol alto, distúrbios glandulares, diabetes tipo 2, cânceres, sem que se consiga dar um basta à indústria do envenenamento saboroso.

Há escolas que, inclusive, abrem suas portas aos atrativos de redes de lanchonetes, sem consciência de que a qualidade do alimento oferecido equivale a deixar entrar um assassino portando armas. A diferença é que o alimento nocivo mata lentamente e causa maior e mais longo sofrimento.
Estes dados falam por si: uma embalagem de 300g de sucrilhos contém 120g de açúcar. Ou seja, 40% do produto é puro açúcar. Uma garrafa de 1 litro de bebida láctea contém 165g de açúcar. É como ingerir um copo americano repleto de açúcar.

Uma lata de 350ml de refrigerante cor da roupa do Papai Noel contém 37g de açúcar, o que equivale a 7 saquinhos de açúcar, desses oferecidos nos bares para adoçar o cafezinho. Se a criança toma uma lata por dia, em uma semana serão 259g de açúcar. Em um mês, pouco mais de 1kg de açúcar.

O brasileiro consome 51kg de açúcar por ano. São mais de 4kg por pessoa a cada mês. No mundo, 35 milhões de pessoas morrem por ano devido ao consumo excessivo de açúcar.

Uma caixa de 355ml de suco de uva contém 48g de açúcar, o que equivale a 9 saquinhos de açúcar.
Um pacote de 200g de batatas fritas contém 77g de gordura. Ou seja, 38,5% do produto são pura gordura. É como ingerir meio copo americano de óleo para frituras.

Um pacote de 154g de bolachas contém 30g de gordura e 50g de açúcar. Ou seja, 50% do produto são de substâncias prejudiciais à saúde.
Um tubo de biscoito recheado contém 30g de gordura e 50g de açúcar, o que equivale ao consumo de 8 pãezinhos franceses.
Uma caixa de 200ml de achocolatado e um pacote de 400g de vitamina instantânea contêm, cada um, 29g de açúcar. O que equivale a 6 saquinhos de açúcar.

Um pote de 400g de farinha láctea contém 146g de açúcar. Ou seja, 36,5% são puro açúcar. Uma garrafa de 2 litros de suco de uva contém 270g de açúcar (equivalente a ingerir 1 copo e ½ de açúcar) e apenas 10% de sumo de uva. A caixa de 1 litro do mesmo suco contém 145g de açúcar, equivalente a um copo repleto de açúcar.

Um pacote de 35g de suco em pó contém 28g de açúcar e 1% de fruta. Ou seja, 80% do produto são puro açúcar.

Nas embalagens quase nunca aparece a palavra “açúcar”. É substituída por carboidrato.

Há crianças que consomem, por dia, 250 calorias em produtos açucarados. Basta ingerir 100 calorias para engordar 4 quilos por ano. E é bom lembrar que, hoje em dia, as crianças são mais sedentárias, pulam e brincam menos, o que favorece a engorda.

Nossas escolas ensinam quase tudo, menos educação nutricional. Ninguém recorre todos os dias a seus conhecimentos de história ou química, faz operações algébricas ou fala em idioma estrangeiro.

No entanto, todos nós comemos várias vezes ao dia. E, em geral, o fazemos sem critério e noção de como o organismo reage aos alimentos, e em que medida são benéficos ou prejudiciais à nossa saúde.

Em 18 de dezembro, a Assembleia Legislativa de SP aprovou dois importantes projetos de lei: proibir a venda de lanches associados a oferta de brindes ou brinquedos, e a publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis (pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio) em TVs e rádios das 6h às 21h, e em qualquer horário nas escolas públicas e particulares. Espera-se que o governador Geraldo Alckmin sancione os dois projetos pioneiros para o combate à obesidade infantil no Brasil***.

* Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Maria Stella Libanio Christo, de “Saborosa viagem pelo Brasil” (Mercuryo Jovem), entre outros livros. http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.

***Nota da Redação: No dia 30 de janeiro, o governador Geraldo Alckmin vetou o projeto de lei que limitava a publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis. O outro projeto, que proíbe a venda de alimentos associados a ofertas de brindes, ainda não foi apreciado pelo governador.
(Brasil de Fato)




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 O limão É
10.000 vezes mais forte do que a quimioterapia.


LEIA COM ATENÇÃO

suco de limão + bicarbonato (importante)

Tomar limonada como água todos os dias, acrescentando uma colherinha
de bicabornato é melhor.
O Limão (Citrus limonun Risso, Citrus limon (L.) Burm., Citrus
medica) é um produto milagroso para matar as células cancerosas. É
10.000 vezes mais forte do que a quimioterapia.
Por que isto não é divulgado?
Porque há organizações interessadas em encontrar uma versão
sintética que lhes permita obter lucros fabusosos. Mas, a partir de
agora você pode ajudar um amigo que precise informando-lhe que deve
beber suco de limão com bicabornato de sódio para prevenir a
doença. Seu sabor é agradável. E, é claro, não produz os efeitos
terríveis da quimioterapia. E se você tiver lugar plante um pé de
limão no seu quintal ou jardim. Todas as partes da árvore são
úteis.
A próxima vez que você quiser beber um suco, peça ou faça-o de
limão natural, sem conservantes.
Quantas pessoas morrem, enquanto este segredo tem sido bem
guardado só para não colocar em risco as utilidades multi bilionárias de grandes corporações?
Como você bem sabe o limoeiro é uma árvore pequena e baixa. Não
ocupa muito espaço. É conhecido pelo nome de limoeiro, pé de
limão, lima (em alguns lugares), llimona (cat) limoiaritz (eusk).
É uma fruta cítrica que vem em diferentes formas. Sua polpa pode
ser consumida diretamente ou é usada normalmente para fazer bebidas,
sorvetes, doces e assim por diante.
O interesse desta planta é devido a seus fortes efeitos
anti-cancerígenos. E embora lhe sejam atribuidas muitas outras
propriedades, o mais interessante sobre ele é o efeito que produz
sobre os cistos e tumores. Esta planta é um remédio comprovado
contra o câncer de todos os tiós e o bicabornato vai mudar o Ph do
seu organismo. alguns dizem que é de grande utilidade em todas as
formas de câncer.
É considerado também como um agente anti-microbiano de amplo
espectro contra infecções bacterianas e fungos que vivem em lugares
ácidos. Acrescentando bicarbonato de sódio em sua limonada você
altera o Ph do seu organismo; é eficaz contra parasitas internos e
vermes, regula a pressão arterial elevada e é antidepressivo,
combate a tensão e os distúrbios nervosos.
A fonte desta informação é fascinante: ela vem de um dos maiores
fabricantes de remédios do mundo, que afirma que depois de mais de 20
testes de laboratório realizados desde 1970, ficou provado que o
extrato:
1 - Destroi as células malignas em 12 tipos de câncer,
incluindo câncer de cólon, de mama, de próstata, de pulmão e do pâncreas ...
2 - Os compostos desta árvore mostraram atuar 10.000 vezes melhor, retardando o
crescimento das células cancerosas do que a adriamicina, uma droga quimioterápica,
normalmente utilizada no mundo.
3 - E o que é ainda mais surpreendente: este tipo de terapia, com o
extrato do limão e bicabornato, destrói apenas as células malignas do câncer e não
afeta as células saudáveis.
Instituto de Ciências da Saúde, L.L.C. 819 N. Charles Street
Baltimore, MD 1201

 

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SALMÃO TRANSGÊNICO


Os EUA estão prestes a servir a primeira carne modificada geneticamente do mundo: um salmão mutante que pode devastar as populações de salmão selvagens e ameaçar a saúde humana. Mas podemos impedi-los agora antes que esse estranho peixe Frankenstein apareça em nossos pratos de comida.

Imagem obtida no The Independent
O novo salmão falso cresce duas vezes mais rápido que o original, e nem mesmo os cientistas sabem os efeitos a longo prazo que ele pode causar à saúde. Ainda assim, esse alimento está prestes a ser declarado seguro para consumo, baseado em estudos pagos pelas empresas que criaram a própria criatura modificada geneticamente! Felizmente, os EUA são obrigados legalmente a considerar a opinião pública antes de tomarem uma decisão. Uma crescente coalizão de consumidores, ambientalistas e pescadores estão pedindo ao governo que abandone esse plano mal-cheiroso. Vamos urgentemente criar uma avalanche de apoio global para ajudá-los a vencer essa causa. 
A consulta está acontecendo agora e temos uma chance real de manter o peixe mutante fora do cardápio. Assine para impedir a criação do peixe Frankenstein e compartilhe amplamente -- quando alcançarmos 1 milhão de assinaturas, nosso clamor será enviado oficialmente à consulta pública.
Para Margaret A. Hamburg, Encarregada da Administração de Alimentos e Medicamentos:
"Enquanto consumidores globais, pedimos que não aprove o salmão transgénico produzido pela AquaBounty para o consumo humano. Peixes modificados geneticamente são uma ameaça real para as espécies naturais marinhas e não há estudos suficientes sobre os efeitos a longo prazo causados pelo consumo de carne transgénica. Pior ainda, a aprovação do salmão transgénico pela FDA pode abrir as comportas para os animais modificados geneticamente ao redor do mundo. Pedimos que rejeite essa aprovação."

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Pesquisa liga bebidas diet a maior risco de depressão

Estudo não indicou a causa da relação entre o consumo de bebidas dietéticas e depressão
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos verificou uma possível ligação entre o consumo de bebidas diet e um maior risco de depressão.
O estudo realizado com 250 mil pessoas verificou que pessoas que consumiam quatro latas ou copos de refrigerantes ou sucos dietéticos por dia aumentavam o risco de depressão em até um terço.
A pesquisa, apresentada na reunião anual da Academia Americana de Neurologia, não indicou a causa dessa ligação.
O estudo também analisou o efeito do consumo diário de café e verificou que os consumidores contumazes da bebida tendem a sofrer menos de depressão.
Segundo os pesquisadores, as pessoas que bebiam quatro copos de café por dia tiveram 10% menos chance de serem diagnosticados com depressão ao longo dos dez anos do estudo do que aqueles que não bebiam café.
"Nossa pesquisa sugere que cortar ou reduzir o consumo de bebidas com adoçante ou trocá-las por café não adoçado pode reduzir naturalmente seu risco à depressão", afirma o coordenador do estudo, Honglei Chen, do Instituto Nacional de Saúde da Carolina do Norte.
Ele disse, porém, que mais estudos são necessários para explorar as causas dessa relação.
Os pesquisadores advertem ainda que os resultados se aplicam aos objetos do estudo - pessoas acima de 50 anos vivendo nos Estados Unidos -, mas podem não ser repetidos em outras amostras.
Críticas
Os resultados da pesquisa americana são contestados pela Associação Dietética Britânica. Para a nutricionista Gaynor Russell, porta-voz da organização, o estudo não significa necessariamente que adoçantes provocam depressão.
"Para começar, as pessoas que sofrem de depressão podem se ligar mais à ideia de que suas bebidas adoçadas provocam o problema e então adicionar uma inclinação em seus relatos de consumo passado, especialmente porque os refrigerantes nos Estados Unidos são muito demonizados. Além disso, pode ser que o consumo de bebidas dietéticas esteja ligado à obesidade e ao diabetes, o que podem ser em si mesmos causas para a depressão", afirma.
Segundo ela, "os adoçantes não caloríficos têm um papel importante em dietas para as pessoas que tentam perder peso ou que têm diabetes, e certamente não é recomendável que elas substituam suas bebidas dietéticas por mais café".
Russell afirma que a segurança dos adoçantes, como o aspartame, já foi extensivamente estudada por pesquisadores e é certificada por agências reguladoras.
  

Fonte: BBC - Brasil

 

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Dicas para evitar o desperdício dos alimentos

Conceição Trucom *
Quando se trata de saúde e alimentação, a desinformação e a prática de maus hábitos alimentares chegam a pesar mais do que o baixo poder aquisitivo.  
O Brasil joga no lixo bilhões de dólares. Só na agricultura, cerca de 30% de tudo que é produzido não chega à mesa do consumidor. Seja porque existem erros de trabalho e logística, seja pelas nefastas exigências do atravessador, distribuidor e consumidor.
Água, energia elétrica e gás, além de outros recursos, também são desperdiçados. É preciso que mudemos a nossa mentalidade, desde o produtor até a nossa casa, evitando o desperdício de alimentos que ocorre, na parte que a nós consumidores nos cabe, no armazenamento inadequado e no seu preparo.  
Aprender a comprar, ou seja, fazer uma seleção desses alimentos na hora da compra, já é um primeiro passo para evitar o desperdício.  No caso de frutas, legumes e hortaliças prefira sempre os da época, que são mais frescos, escolhendo os mais firmes, sem partes envelhecidas, manchadas, rachadas ou murchas. 
As pessoas desejam ter uma alimentação mais vegetariana, mas quando vão à feira ou a um mercado orgânico, muitas vezes não sabem o que fazer com produtos menos corriqueiros, nem com as folhas, raízes ou talos das hortaliças em sua forma natural, pois geralmente são aquelas partes removidas nos grandes supermercados. 
Se as pessoas começarem a OBSERVAR o que vira refeição e o que vai para o lixo, terão melhor noção do que há de desperdício e, pior que isso, de perda nutricional neste descarte diário. 
Certamente, é difícil ser criativo quando se chega tarde ou esgotado do trabalho, com pouco ou nenhum tempo para cozinhar, mas vamos a algumas dicas interessantes: 
1) Folhas de cenoura, aipo e erva-doce: pique-as, misture com folhas de salsa, cubos de tomate, raladinho de cenoura e, surge um saladão BEM sarado!
2) Talos de acelga ou couve: coloque para ralar ou picar no seu processador. Derrame num pirex, adicione suco fresco de limão + sal marinho a gosto e cruzinhe com as mãos, revolvendo e integrando tudo por uns 3 minutos. Finalize temperando com um fio de azeite extra virgem. 
3) Casca de frutas cítricas, principalmente as do limão: podem virar uma farinha rica em pectina e carotenos. Confira como aqui
4) Casca de melão: Corte a casca externa e use a parte mais crocante para substituir pepinos em saladas e sopas frias.
5) Restos de tomate: coloque uma peneira sobre uma tigela, salgue bem e recolha o suco vermelho para usar em gazpachos, molhos de salada ou molho de tomate vivo. 
6) Folhas de nabo, couve-flor e rabanete: use no preparo dos sucos verdes. 
7) Sementes de melancia: permita que façam parte do suco vivo como o de melancia com limão e hortelã. Depois é só coar numa panela furada de voil (PF1).
8) Talos de brócolis: corte e descasque a casca mais dura com um descascador de legumes, corte em tiras e tempere, misturando com as mãos com suco fresco de limão e sal marinho. 
9) Não jogue fora talos de agrião, pois eles contêm muitas vitaminas. Limpe-os, pique-os e faça como na dica acima. Depois tempere com cebola e/ou alho. Se quiser acrescente farinha de mandioca crua, resultará numa excelente e saborosa farofa.
10) Quando for usar somente uma parte do abacate, deixe a outra metade com caroço. Isso evita que estrague com rapidez.
11) Todas as folhas verde-escuro são ricas em ferro, por isso não deixe de aproveitá-las nos sucos e saladas... Pense em fermentá-las porque ficam macias e deliciosas! 
12) Folhas de nabo, rabanete e beterraba têm maior concentração de cálcio, fósforo e vitaminas A e C se comparadas à raiz, as quais estamos acostumados a comer.  Pique-as e sirva como salada, refogada ou em conserva. 
13) As folhas de cenoura são riquíssimas em vitamina A e devem ser aproveitadas para o preparo de sucos verdes ou picadinhas em saladas. O mesmo se pode dizer das folhas duras do salsão.
14) Para conservar a metade do limão que ainda não foi usada, coloque-a no pires com água, com a parte cortada para baixo, e leve-a à geladeira. Bem, use em até 8 horas, depois disso oxida mesmo...
15) A uva que sobra na geladeira por mais de 3 dias, poderá ser usada como suco, aproveitando todas as suas partes, que bem coado é um aliado poderoso contra várias enfermidades por ser desintoxicante e diurético. para tanto, use a panela furada 3. Aliás, sempre que possível, evite bater os alimentos frescos no liquidificador: use as panelas furadas ou simplesmente amasse-os com um garfo.
16) Se o tomate estiver mole, deixe-o de molho em água fria ou gelada por uns 15 minutos e ele ficará mais rijo.
17) Use o leite de linhaça germinada para dar liga nos seus preparos de massas, geléias, bolinhos, hamburguinhos, etc.
18) Use este mesmo leite de linhaça, mantido por até 24 horas na geladeira, para tratar problemas de pele como queimaduras, ressecamento, manchas e falta de viço. Cosmética natural sabe? Vale passar no corpo todo, deixar agir por uns 20 minutos e depois tomar um banho frio ou morninho. Isto vale para todas as idades!
19) Coloque as bananas que estão bem maduras para assar no sol. Elimine as partes muito danificadas e depois corte em rodelas de 1 cm de altura. Arrume num pirex uma ao lado da outra e leve ao sol forte da manhã. Depois de uns 20-30 minutos elas já ficam douradas e assadas de um lado. Vire para assar do outro lado por mais uns 20-30 minutos. Coloque numa tigela com tampa e leve à geladeira. Sirva como sobremesa no almoço ou jantar.
20) Não jogue as carcaças dos limões espremidos fora. Voce pode fazer a farinha como na dica 3, mas pode usá-las para tirar cheiro das mãos, axilas, pés. Ou esfregar no couro cabeludo uns 20 minutos antes de lavar os cabelos. Ele irá tratar problemas de caspa, quedas e oleosidade excessiva.

 fonte: www.docelimao.com.br 

* - Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para o bem-estar e qualidade de vida.

 

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Feijão de Unaí está envenenado? - Fala de Edivânia, de Escola Municipal de Arinos - 10/01/2012 

 

O município de Unaí, no Noroeste de Minas Gerais, se tornou campeão na produção de feijão, no uso de agrotóxico e no número de pessoas com câncer. Segundo Relatório do Deputado Padre João (PT), a cada ano 1.260 pessoas contraem câncer na cidade de Unaí. Já está em construção um Hospital do câncer em Unaí. O uso exagerado de agrotóxico é, com certeza, uma das grandes causas dessa quase epidemia de câncer. Cf, no vídeo, o depoimento de Edivânia, de uma Escola Municipal de Arinos, município vizinho a Unaí. Belo Horizonte, 10/01/2012.

 

 

 

 

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‘Coquetel’ de agrotóxicos ingerido no consumo de frutas e verduras pode causar Alzheimer e Parkinson

Publicado em agosto 10, 2012 por
Comer cinco frutas e legumes por dia é bom para a saúde. Não tão bom é o “coquetel” de pesticidas ingerido no processo: a mistura dessas substâncias químicas pode multiplicar seus efeitos tóxicos em proporções tão surpreendentes quanto preocupantes, segundo os resultados de um estudo preliminar [A Preliminary Investigation into the Impact of a Pesticide Combination on Human Neuronal and Glial Cell Lines In Vitro] publicado na revista científica “PloS One”. Matéria [L'inquiétant effet cocktail des pesticides sur nos cellules] de Grégoire Allix, Le Monde, no UOL Notícias.

Os testes toxicológicos sistemáticos conduzidos dentro do regulamento europeu Reach visam às substâncias uma por uma. “Sabe-se muito pouco sobre seus efeitos combinados, sendo que somos literalmente cercados por combinações de venenos”, explica o principal autor do estudo, o toxicólogo Michael Coleman, da Universidade de Aston, na Inglaterra.

Sua equipe comparou o efeito isolado e o efeito combinado, sobre células de nosso sistema nervoso central, de três fungicidas encontrados com frequência nas prateleiras de hortifrúti: o pirimetanil, o ciprodinil e o fludioxonil.

Resultado: os danos infligidos às células são até vinte ou trinta vezes mais graves quando os pesticidas são associados. “Substâncias que são conhecidas por não afetarem a reprodução humana e o sistema nervoso e não serem cancerígenas, combinadas possuem efeitos inesperados”, resume um dos autores do estudo, o biólogo molecular Claude Reiss, ex-diretor de pesquisa do CNRS e presidente da associação Antidote Europe.

“Observamos o agravamento de três tipos de impactos”, detalha o pesquisador francês: “A viabilidade das células é degradada; as mitocôndrias, que são as ‘baterias’ das células, não conseguem mais alimentá-las com energia, o que desencadeia a apoptose, ou seja, a autodestruição das células; por fim, as células são submetidas a um stress oxidante muito poderoso, possivelmente cancerígeno e que pode levar a efeitos em cascata”.

Entre as possíveis consequências de tais agressões sobre as células, os pesquisadores citam o risco de uma vulnerabilidade crescente a doenças neurodegenerativas como o Mal de Alzheimer, de Parkinson ou a esclerose múltipla. “Nosso estudo aborda um pequeno número de substâncias, trazendo mais perguntas do que respostas, mas esses efeitos foram evidenciados em doses muito pequenas, concentrações próximas às encontradas em nossos alimentos”, observa o professor Coleman.

O cientista considera urgente popularizar esse tipo de teste, apesar das milhares de combinações possíveis: “Isso permitiria determinar se as misturas são nocivas, para ajudar os agricultores a escolher os produtos que eles utilizam”. O fato de conduzir esses estudos em células humanas e não em ratos, como acontece no procedimento Reach, permitiria diminuir os prazos e os custos, ao mesmo tempo em que fornecem resultados mais confiáveis. “A maior parte das substâncias químicas não são testadas corretamente: não somos ratos de 70 quilos!”, reclama Claude Reiss.

Para o Movimento pelo Direito e pelo Respeito das Gerações Futuras (MDRGF), que cofinanciou o estudo, esses testes são ainda mais necessários pelo fato de que um terço das frutas e legumes fiscalizados pela Direção Geral da Concorrência, do Consumo e da Repressão de Fraudes contém resíduos de vários pesticidas.
“Em 2008, detectamos em um mesmo cacho de uvas os três produtos testados pelo professor Coleman”, lembra François Veillerette, porta-voz do MDRGF. Na época, análises encomendadas pela associação haviam revelado que quase todas as uvas vendidas no grande varejo continham múltiplos pesticidas, totalizando oito substâncias diferentes por cacho, em média.

A associação pede para que a Comissão Europeia “lance sem demora uma estratégia de avaliação global das misturas de produtos químicos” e que “abaixe significativamente os limites máximos de resíduos tolerados nos alimentos, em um cuidado elementar de precaução”.

Tradutor: Lana Lim
A Preliminary Investigation into the Impact of a Pesticide Combination on Human Neuronal and Glial Cell Lines In Vitro
PLoS ONE: Research Article, published 03 Aug 2012 10.1371/journal.pone.0042768






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Chá de camomila pode baixar a taxa de açúcar no sangue de diabéticos




 

Publicado em fevereiro 27, 2009 por
Por Henrique Cortez, do EcoDebate] A camomila (Matricaria chamomilla), um chá muito popular, pode ser capaz de ajudar a controlar o nível de açúcar no sangue de diabéticos, evitando complicações graves. É o que concluiu um estudo [Protective Effects of Dietary Chamomile Tea on Diabetic Complications] realizado por pesquisadores da Universidade de Aberystwyth, no País de Gales e da Universidade de Toyama, no Japão, e publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry. “Estes resultados sugerem claramente que o consumo diário chá de camomila com as refeições pode contribuir para a prevenção da evolução da hiperglicemia e das complicações diabéticas”, escreveram os pesquisadores
Pesquisadores alimentaram ratos com diabetes tipo 2, simulando um extrato camomila diariamente durante três semanas, e observaram uma queda de 25% nos níveis de de açúcar no sangue. Com base nestes resultados, os pesquisadores acreditam que camomila, tomada sob forma de chá com as refeições, pode levar a benefícios semelhantes em seres humanos.
A diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo perde a sensibilidade à insulina hormonal que regula os níveis açúcar, levando a um perigoso aumento dos níveis de açúcar no sangue. Ao longo do tempo, o aumento de açúcar no sangue pode destruir os tecidos corporais, levando a complicações como neuropatia diabética, cegueira e danos aos rins ou sistema circulatório.
Os pesquisadores descobriram que a camomila reduziu a atividade de uma enzima denominada aldose redutase, que desempenha um papel importante no metabolismo do açúcar. Aldose redutase ajuda a transformar glicose em sorbitol, um ‘tipo’ de açúcar. Nos diabéticos, o acúmulo de sorbitol é diretamente relacionado à neuropatia e cegueira.
A camomila é muito utilizada como medicamento caseiro contra o stress, para melhorar o sono e aliviar cólicas.
Acredita-se que contêm mais antioxidantes do que quase qualquer outra fonte alimentar natural.
O estudo “Protective Effects of Dietary Chamomile Tea on Diabetic Complications“, publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, 2008, 56 (17), pp 8206–8211, DOI: 10.1021/jf8014365, está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo na íntegra, no original em inglês, clique aqui.
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf8014365

Enquanto isso:
Europa proibe uso de ervas medicinais e fitoterapicos utilizados há séculos para compensar perdas da indústria farmaceutica... compartilhe este video antes que a petroquimica destrua a medicina natural...


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O que temem os empresários da indústria alimentícia?

A reportagem a seguir, baseada em pesquisas de cientista da USP,  mostra o maior temor que tem a indústria de alimentos no Brasil: a informação sobre o que o brasileiro está consumindo e não sabe. 

Aqui, no blog do ComTradição, você encontra a informação que precisa para decidir sobre o que você e sua família consomem... Em nossa cozinha evitamos ao máximo o uso de alimentos industrializados. Sempre que possível os substituímos por produtos naturais de origem conhecida. 

Foto: Ana Isabel Nunes a partir da cozinha do ComTradição

Lobby do empresariado ‘abrandou’ resolução sobre publicidade de alimentos publicada pela Anvisa

Publicado em outubro 26, 2012 por




gôndola em supermercado

Lobby de empresários do setor abrandou as normas propostas pela Anvisa

Pressão empresarial susta norma de publicidade de alimentos – Pesquisa apresentada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP revela que a pressão de grupos de interesse empresarial tornou sem efeito a regulamentação da publicidade de alimentos publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2010. De acordo com o estudo do cientista político Marcello Baird, o lobby dos empresários do setor de alimentação abrandou as normas propostas pela Agência e a resolução foi suspensa por liminares na justiça, com base em parecer contrário da Advocacia Geral da União (AGU).

O trabalho investiga os mecanismos de ação política utilizados pelo empresariado e por grupos de interesse público, representados principalmente por Organizações Não Governamentais (ONGs), nas discussões e após a publicação da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 24, de junho de 2010.
“A Anvisa iniciou o debate sobre a regulação da publicidade em 2005 e uma das principais propostas era colocar advertências na publicidade de alimentos com grandes quantidades de açúcar, sal, gorduras trans e saturadas, além de bebidas com baixo teor nutricional, associados a doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e diabetes”, diz o cientista político. “Os anúncios não poderiam associar o consumo desses produtos a ideia de bem estar e nem promover iniciativas de marketing que os associem a campanhas sociais. A propaganda de alimentos infantis na televisão passaria a ter restrições de horário.”

A ação dos grupos de interesse empresarial contra a regulamentação começou no grupo de trabalho criado na Anvisa para discutir a resolução, que tinha representantes da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) e do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que representa as empresas de comunicação e publicidade. “Para fazer valer seus interesses, o empresariado usou um amplo de leque de ações políticas, como encontros com funcionários do Ministério da Saúde e o próprio ministro na época, José Gomes Temporão, que ficou neutro na discussão, permitindo que a Anvisa atuasse sem restrições”, aponta Baird.

Legislativo e judiciário

O lobby empresarial também atuou no poder legislativo, arregimentando membros do Congresso Nacional para convocarem diretores da Anvisa para audiências públicas, que serviam como instrumentos de pressão. “Por fim, a RDC 24/2010 foi publicada, mas dispondo apenas sobre a veiculação de advertências na propaganda sobre os malefícios dos alimentos”, afirma o cientista político. “Imediatamente, os empresários publicaram um manifesto contra a resolução. Um projeto de decreto legislativo foi apresentado pelo deputado federal Milton Monti (PR-SP) sustando a medida da agência, que ainda está em tramitação no Congresso, e a AGU foi acionada”.

A AGU, que assessora juridicamente o poder executivo, já havia emitido dois pareceres contrários a regulamentações da Anvisa sobre publicidade de bebidas alcoólicas e medicamentos. “Para o órgão, esse tipo de regulação deve passar pelo Congresso Nacional, o que reapareceu no parecer sobre a publicidade de alimentos”, ressalta Baird. “Com base nessa decisão, os empresários entraram na justiça e obtiveram diversas liminares que suspenderam a aplicação da RDC 24/2010. Atualmente, há dez ações em tramitação impedindo a vigência da resolução.”

Mesmo depois das ações políticas terem migrado para o poder judiciário, devido às ações contra a RDC 24/2010, o cientista político destaca que o empresariado empreendeu algumas ações no sentido de aumentar sua influência sobre a Anvisa. “Isso significou a articulação junto ao comitê de campanha da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República, em 2010, e a indicação, no ano seguinte, de um diretor mais afinado com os interesses empresariais, o que resultou na reestruturação da área de publicidade da Anvisa, reduzindo-lhe a força regulatória”, conclui.

Brasília X São Paulo

O cientista político aponta que o lobby empresarial foi bem sucedido devido aos maiores recursos organizacionais e financeiros e, pelo fato de se constituir em uma elite com força econômica, ter acesso privilegiado aos círculos de poder. “As principais associações do setor são sediadas em Brasília ou têm representação na cidade, enquanto as principais ONGs a favor da regulamentação, o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) e o Instituto Alana, ficam em São Paulo.”

Baird também observa que há carência de pessoal qualificado para as ONGs defenderem o interesse público. “Apesar dos problemas, o Instituto Alana teve grande participação na norma sobre publicidade infantil e houve uma conscientização geral de que só ações indiretas, como publicações em jornais, manifestos, cartas e abaixo-assinados para congressistas não bastam diante do trânsito do empresariado junto às esferas de governo”, destaca. “No caso da RDC 24/2010, as ONGs também se reuniram com a AGU para tentar defender a regulamentação, mesmo com peso político menor que o lobby empresarial”. A pesquisa, descrita na dissertação de mestrado de Baird, apresentada em junho deste ano foi orientada pelo professor Wagner Mancuso, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP e pode ser conultada neste link.

Imagem: Marcos Santos / USP Imagens


Mais informações: email marcellofb@hotmail.com, com Marcello Baird

Matéria de Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 26/10/2012
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Na cozinha do ComTradição usamos açucar mascavo orgânico "Mano Velho" - fabricado na região.  

Foto: a abelha europa na florada da jabuticabeira do ComTradição captada pelo olhar de Ana Isabel


 Voltem ao açúcar, antes que seja tarde!


Seria a solução ou só mais um problema... o consumidor fica feito joão bobo na
mão da "ciência".... sugiro que leiam o artigo a seguir....


Voltem ao açúcar, antes que seja tarde!

Jorge Jacinto - Terapeuta Naturista - Fiquem atentos! (isso nao é novidade, mas...?)

Voltem para o velho e bom açúcar, que no Brasil há mais de 500 anos alimenta a nossa população, pois nossos antepassados não apresentavam esses sintomas das doenças "modernas".
 

Passei alguns dias falando na CONFERÊNCIA MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE a respeito do
ASPARTAME, conhecido como Nutrasweet, Equal, Zerocal, Finn e Spoonful.Eles anunciaram que existia uma epidemia de Esclerose Múltipla e Lúpus sistêmico, e não entendiam que toxina estava fazendo com que essas doenças
assolassem os Estados Unidos tão rapidamente.
Eu expliquei que estava lá para falar extamente sobre este assunto.


ALZHEIMER, MAL DO ADOÇANTE. Artigo escrito pela Dra. Mancy Marckle.
Quando a temperatura excede 30º C, o álcool contido no ASPARTAME se converte em
formaldeído e daí para ácido fórmico (o ácido fórmico é o veneno das formigas), que provoca acidose metabólica. A toxicidade do metanol imita a esclerose múltipla e as pessoas recebem diagnóstico errado de esclerose múltipla.
A esclerose múltipla não se constitui em sentença de morte, mas a toxicidade do metanol sim. No caso do Lúpus sistêmico, estamos percebendo que é quase tão grave quanto a esclerose múltipla, especialmente em usuários de Diet Coke e Diet
Pepsi. 

Nos casos de Lúpus sistêmico causado pelo ASPARTAME, a vítima geralmente
não sabe que o Aspartame é a causa de sua doença e continua com seu uso, agravando o lúpus a um grau tão intenso que algumas vezes ameaça a vida. Quando interrompemos o uso do Aspartame, as pessoas que tinham lúpus ficam
assintomáticas.

Em uma conferência eu disse: 'Se você está usando ASPARTAME (Nutrasweet, Equal,
e Spoonful, etc.) e sofre de sintomas como fibromialgia, espasmos, dores, formigamento nas pernas, câimbras, vertigem, tontura, dor de cabeça, zumbido no ouvido, dores articulares, depressão, ataques de ansiedade, fala atrapalhada, visão borrada ou perda de memória - você provavelmente tem a DOENÇA DO ASPARTAME! As pessoas começaram a pular durante a palestra dizendo: Eu tenho isto, é reversível? É impressionante!


Há um tempo atrás houve audiências no Congresso dos EUA incluindo o aspartame em
100 produtos diferentes. Nada foi feito. Os lobbies da droga e da indústria química têm bolsos muito profundos... Agora existem mais de 5000 produtos contaminados com este produto químico, e a
patente expirou. Na época da primeira audiência, as pessoas estavam ficando cegas.


O metanol no aspartame se converte em formaldeído na retina do olho. Formaldeído
é do mesmo grupo das drogas como cianeto e arsênico - Venenos Mortais!


Infelizmente, leva muito tempo para matar, mas está matando as pessoas e causando todos os tipos de problemas neurológicos. O Aspartame muda a química do cérebro. É a causa de diversos tipos de ataque. Esta droga muda os níveis de dopamina no cérebro. Imagine o que acontece com os
pacientes que sofrem de Doença de Parkinson? Também causa malformações fetais. Não existe nenhuma razão para se utilizar este produto.
NÃO É UM PRODUTO DIETÉTICO! Os anais do congresso dizem: Ele faz você desejar
carboidratos e faz engordar. Dr. Roberts percebeu que, quando ele interrompeu o uso do Aspartame, a perda de peso foi de 9,5 kg por pessoa. O formaldeído se armazena nas células adiposas, principalmente nos quadris e coxas.

O Aspartame é especialmente mortal para os diabéticos. O Dr. H.J. Roberts, especialista diabético e perito mundial em envenenamento pelo Aspartame, escreveu um livro intitulado: DEFESA CONTRA A DOENÇA DE ALZHEIMER
www.sunsentpress.com/defenseAgainstAlzheimers.html

Dr. Roberts conta como o envenenamento pelo Aspartame está relacionado à doença de Alzheimer. E realmente está. Mulheres de 30 anos estão sendo internadas com Alzheimer.
Dr. Russell Blaylock e Dr. Roberts estão escrevendo uma carta-posição com alguns
casos relatados e vão colocá-la na Internet.

PEDIMOS QUE VOCÊ SE ENGAJE TAMBÉM.

Imprima este artigo e avise todas as pessoas que você conhece.

TIRE TUDO O QUE CONTÉM ASPARTAME DO ARMÁRIO.

ENVIE PARA NÓS SUA HISTÓRIA.
Eu asseguro que A MONSANTO, A CRIADORA DO ASPARTAME, SABE COMO ELE É MORTAL. ELES FINANCIAM A ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE DIABETES, A ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE
DIETÉTICA, O CONGRESSO E A CONFERÊNCIA DO COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA.

O New York Times, em 15 de Novembro de 1996, publicou um artigo a respeito de como a Associação Americana de Dietética recebe dinheiro da indústria Alimentícia para endossar seus produtos. Por isso, eles não podem criticar
aditivos ou falar a respeito de sua ligação com a MONSANTO. A que ponto chega isso?

E tem mais! É só clicar em: http://www.resistenciabr.org/aspartame.htm

Podem olhar o site, ainda tem muito mais sobre o aspartame!
 



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ALECRIM, A ERVA DA MENTE

Há dias em que se tem a impressão de se estar dentro de um espesso nevoeiro. Tudo parece monótono e difícil e o coração fica triste. É a noite escura da alma. Era meu aniversário e justamente um destes dias estranhos, quando pensei: "Vou tomar um chá de alecrim!"

Fui ao jardim e lá encontrei um viçoso pé de alecrim. Interessante é que quase todos que visitam nossos jardins demonstram afeição e respeito pelo alecrim. Confesso que nunca liguei muito para ele. Mas, naquele dia, com toda reverência, colhi alguns ramos, preparei um chá e me servi em uma linda xícara. O aroma era muito agradável e, a cada gole que bebia, senti a mente ir clareando. Uma sensação de bem-estar e alegria foi se espalhando pelo corpo e senti a sensação de enorme felicidade. Fiquei muito impressionada com a capacidade dessa planta transmitir alegria. Aliás, o nome alecrim já lembra alegria. Resolvi pesquisar a respeito e veja só que maravilha.


O alecrim - Rosmarinos officinalis, planta nativa da região mediterrânea - foi muito apreciada na Idade Média e no Renascimento, aparecendo em várias fórmulas, inclusive a 'Água da Rainha da Hungria', famosa solução rejuvenescedora. Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita de um anjo (um monge?) quando estava paralítica e sofria de gota. Com o uso do preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria. O rei da Polônia chegou a pedí-la em casamento!

Madame de Sévigné recomendava água de alecrim contra a tristeza, para recuperar a alegria. Rudolf Steiner afirmava que o alecrim é, acima de tudo, uma planta calorífera que fortalece o centro vital e age em todo o organismo. Além disso, equilibra a temperatura do sangue e, através dele, de todo o corpo. Por isso é recomendado contra anemia, menstruação insuficiente e problemas de irrigação sangüínea. Também atua no fígado. E uma melhor irrigação dos órgãos etimula o metabolismo.

Um ex-viciado em drogas revelou que tivera uma visão divina que o tornou capaz de livrar-se do vício. Foi-lhe indicado que tomasse chá de alecrim para regenerar e limpar as células do corpo, pois o alecrim continha todas as cores do arco-íris. O alecrim é digestivo e sudorífero. Ajuda a assimilação do açúcar (no diabetes) e é indicado para recompor o sistema nervoso após uma longa atividade intelectual. É recomendado para a queda de cabelo, caspa, cuidados com a pele, lesões e queimaduras; para curar resfriados e bronquites, para cansaço mental e estafa e, ainda, para perda de memória, aumentando a capacidade de aprendizado.

Existe uma graciosa lenda a respeito do alecrim: quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a sagrada família passava por elas. O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino. Cansada, Maria parou à beira do Rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estendê-las. 'O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais'. Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao Sol durante toda a manhã. "Obrigada, gentil alecrim! disse Maria. Daqui por diante, ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus, serão aromáticos. Eu abençôo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria."

...e assim foi! BOM CHÁ PARA VOCÊ !!!
— com Fernanda Comin.

Na cozinha do ComTradição:

No ComTradição o alecrim é uma das 17 ervas que temperam os Barreados...  venha experimentar. Saiba mais sobre os temperos lendo as postagens em nosso blog.

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Nutricionista lista os dez piores alimentos para o corpo humano - Refrigerante Diet: “É a minha escolha para o pior alimento de todos os tempos”

10º lugar: *Sorvete*. *Apesar de existirem versões mais saudáveis que os tradicionais sorvetes industrializados, a nutricionista Michelle Schoffro Cook adverte que esse alimento geralmente possui altos níveis
de açúcar e gorduras trans, além de corantes e de saborizantes artificiais, muitos dos quais possuem neurotoxinas – substâncias químicas que podem causar danos no cérebro e no sistema nervoso.*
 

9º lugar: *Salgadinho de milho*. *De acordo com Michelle, desde o surgimento dos alimentos transgênicos, a maior parte do milho que comemos é um “Frankenfood”, ou “comida Frankenstein”. Ela aponta que esse alimento pode causar flutuação dos níveis de açúcar no sangue, levando a mudanças no humor, ganho de peso e irritabilidade, entre outros sintomas. Além disso, a maior parte desses salgadinhos é frita em óleo, que vira ranço e está ligado a processos inflamatórios.*
 

8º lugar: *Pizza*. *A nutricionista Michelle destaca que nem todas as pizzas são ruins para a saúde, mas a maioria das que são vendidas congeladas em supermercados está cheia de condicionadores de massa artificiais e conservantes. Feitas com farinha branca, essas pizzas são absorvidas pelo organismo e transformadas em açúcar puro, causando aumento de peso e desequilíbrio dos níveis de glicose no sangue.*
 

7º lugar: *Batatas fritas*. *Contêm não apenas gorduras trans, que já foram relacionadas a uma longa lista de doenças, mas também uma das mais potentes substâncias cancerígenas presentes em alimentos: a acrilamida, que é formada quando batatas brancas são aquecidas em altas temperaturas. Além disso, a maioria dos óleos utilizados para fritar as batatas se torna rançosa na presença do oxigênio ou em altas temperaturas, gerando alimentos que podem causar inflamações no corpo.*
 

6º lugar: *Salgadinhos de batata*. *Além de causarem todos os danos das batatas fritas comuns e não trazerem nenhum benefício nutricional, esses salgadinhos contêm níveis mais altos de acrilamida, que também é cancerígena.*
 

5º lugar: *Bacon*. *Segundo a nutricionista, o consumo diário de carnes processadas, como bacon, pode aumentar o risco de doenças cardíacas em 42% e de diabetes em 19%. Um estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriu ainda que comer 14 porções de bacon por mês pode danificar a função pulmonar e aumentar o risco de doenças ligadasao órgão*

4º lugar: *Cachorro-quente*. *Michelle cita um estudo da Universidade do Havaí, também nos EUA, que mostrou que o consumo de cachorros-quentes e outras carnes processadas pode aumentar o risco de câncer de pâncreas em 67%. Um ingrediente encontrado tanto no cachorro-quente quanto no bacon é o nitrito de sódio, uma substância cancerígena relacionada a doenças como leucemia em crianças e tumores cerebrais em bebês. Outros estudos apontam que a substância pode desencadear câncer colorretal*

3º lugar: *Donuts (rosquinhas)*. *Entre 35% e 40% da composição dos donuts é de gorduras trans, “o pior tipo de gordura que você pode ingerir”, alerta a nutricionista. Essas substâncias estão relacionadas a doenças cardíacas e cerebrais, além de câncer. Para completar, esses alimentos são repletos de açúcar, condicionadores de massa artificiais e aditivos alimentares, e contêm, em média, 300 calorias cada.*
 

2º lugar: *Refrigerante*. *Michelle conta que, de acordo com uma pesquisa do Dr. Joseph Mercola, uma lata de refrigerante possui em média10 colheres de chá de açúcar, 150 calorias, entre 30 e 55 mg de cafeína, além de estar repleta de corantes artificiais e sulfitos. “Somente isso já deveria fazer você repensar seu consumo de refrigerantes”, diz a nutricionista. Além disso, essa bebida é extremamente ácida, sendo necessários 30 copos de água para neutralizar essa acidez, que pode ser muito perigosa para os rins. Para completar, ela informa que os ossos funcionam como uma reserva de minerais, como o cálcio, que são despejados no sangue para ajudar a neutralizar a acidez causada pelo refrigerante, enfraquecendo os ossos e podendo levar a doenças comoosteoporose, obesidade, cáries e doenças cardíacas.*

1º lugar: *Refrigerante Diet*. *“É a minha escolha para o pior alimento de todos os tempos”, diz Michelle. Segundo a nutricionista, além de possuir todos os problemas dos refrigerantes tradicionais, as versões diet contêm aspartame, que agora é chamado de AminoSweet. De acordo com uma pesquisa de Lynne Melcombe, essa substância está relacionada a uma lista de doenças, como ataques de ansiedade, compulsão alimentar e por açúcar, defeitos de nascimento, cegueira, tumores cerebrais, dor toráxica, depressão, tonturas, epilepsia, fadiga, dores de cabeça eenxaquecas, perda auditiva, palpitações cardíacas, hiperatividade, insônia, dor nas articulações, dificuldade de aprendizagem, TPM, cãibras musculares, problemas reprodutivos e até mesmo a morte.
“Os efeitos do aspartame podem ser confundidos com a doença de Alzheimer, síndrome de fadiga crônica, epilepsia, vírus de Epstein-Barr, doença de Huntington, hipotireoidismo, doença de Lou Gehrig, síndrome de Lyme, doença de Ménière, esclerose múltipla, e pós-pólio.
É por isso que eu dou ao Refrigerante Diet o prêmio de Pior Alimento de Todos os Tempos



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Alimentos transgênicos: O fim da dúvida
POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS & AGROTÓXICOS
Boletim As-pta Número 601 - 20 de setembro de 2012
Car@os Amig@s,
Pela primeira vez na história foi realizado um estudo completo e de longo prazo para avaliar o efeito que um transgênico e um agrotóxico podem provocar sobre a saúde pública. Os resultados são alarmantes.
O transgênico testado foi o milho NK603, tolerante à aplicação do herbicida Roundup (característica presente em mais de 80% dos transgênicos alimentícios plantados no mundo), e o agrotóxico avaliado foi o próprio Roundup, o herbicida mais utilizado no planeta – ambos de propriedade da Monsanto. O milho em questão foi autorizado no Brasil em 2008 e está amplamente disseminado nas lavouras e alimentos industrializados, e o Roundup é também largamente utilizado em lavouras brasileiras, sobretudo as transgênicas.
O estudo foi realizado ao longo de 2 anos com 200 ratos de laboratório, nos quais foram avaliados mais de 100 parâmetros. Eles foram alimentados de três maneiras distintas: apenas com milho NK603, com milho NK603 tratado com Roundup e com milho não modificado geneticamente tratado com Roundup. As doses de milho transgênico (a partir de 11%) e de glifosato (0,1 ppb na água) utilizadas na dieta dos animais foram equivalentes àquelas a que está exposta a população norte-americana em sua alimentação cotidiana.
Os resultados revelam uma mortalidade mais alta e frequente quando se consome esses dois produtos, com efeitos hormonais não lineares e relacionados ao sexo. As fêmeas desenvolveram numerosos e significantes tumores mamários, além de problemas hipofisários e renais. Os machos morreram, em sua maioria, de graves deficiências crônicas hepato-renais.
O estudo, realizado pela equipe do professor Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen, na França, foi publicado ontem (19/09) em uma das mais importantes revistas científicas internacionais de toxicologia alimentar, a Food and Chemical Toxicology.
Segundo reportagem da AFP, Séralini afirmou que "O primeiro rato macho alimentado com OGM morreu um ano antes do rato indicador (que não se alimentou com OGM), enquanto a primeira fêmea, oito meses antes. No 17º mês foram observados cinco vezes mais machos mortos alimentados com 11% de milho (OGM)", explica o cientista. Os tumores aparecem nos machos até 600 dias antes de surgirem nos ratos indicadores (na pele e nos rins). No caso das fêmeas (tumores nas glândulas mamárias), aparecem, em média, 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos.
O artigo da Food and Chemical Toxicology mostra imagens de ratos com tumores maiores do que bolas de pingue-pongue. As fotos também podem ser vistas em algumas das reportagens citadas ao final deste texto.
Séralini também explicou à AFP que "Com uma pequena dose de Roundup, que corresponde à quantidade que se pode encontrar na Bretanha (norte da França) durante a época em que se espalha este produto, são observados 2,5 vezes mais tumores mamários do que é normal".
De acordo com Séralini, os efeitos do milho NK603 só haviam sido analisados até agora em períodos de até três meses. No Brasil, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) autoriza o plantio, a comercialização e o consumo de produtos transgênicos com base em estudos de curto prazo, apresentados pelas próprias empresas demandantes do registro.
O pesquisador informou ainda que esta é a primeira vez que o herbicida Roundup foi analisado em longo prazo. Até agora, somente seu princípio ativo (sem seus coadjuvantes) havia sido analisado durante mais de seis meses.
Um dado importante sobre esse estudo é que os pesquisadores trabalharam quase que na clandestinidade. Temendo a reação das empresas multinacionais sementeiras, suas mensagens eram criptografadas e não se falava ao telefone sobre o assunto. As sementes de milho, que são patenteadas, foram adquiridas através de uma escola agrícola canadense, plantadas, e o milho colhido foi então “importado” pelo porto francês de Le Havre para a fabricação dos croquetes que seriam servidos aos ratos.
A história e os resultados desse experimento foram descritos em um livro, de autoria do próprio Séralini, que será publicado na França em 26 de setembro sob o título “Tous Cobayes !” (Todos Cobaias!). Simultaneamente, será lançado um documentário, adaptado a partir do livro e dirigido por Jean-Paul Jaud.
Esse estudo coloca um fim à dúvida sobre os riscos que os alimentos transgênicos representam para a saúde da população e revela, de forma chocante, a frouxidão das agências sanitárias e de biossegurança em várias partes do mundo responsáveis pela avaliação e autorização desses produtos.
Com informações de:
EXCLUSIF. Oui, les OGM sont des poisons ! – Le Novel Observateur, 19/09/2012.
AFP, 19/09/2012.
Referência do artigo:
"Long term toxicity of a Roundup herbicide and a Roundup-tolerant genetically modified maize". Food and Chemical Toxicology, Séralini G.E. et al. 2012.

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Os hambúrgueres contaminam mais do que os caminhões
RT
Organização Autônoma sem fins lucrativos TV-Novosti
Adital
Tradução: ADITAL

Corbis / RT
Comparam emissões contaminantes de caminhões pesados com as dos restaurantes
Quando você pensa na contaminação do ar, imagina fumaça de motores, chaminés de fábricas e tubos de escape. Porém, provavelmente, você não pensaria em uma loja que vende hambúrguer!
No entanto, os cientistas da Universidade da Califórnia descobriram que as chapas dos restaurantes emitem uma grande quantidade de substâncias contaminantes do ar, mais do que os motores diesel.
As instalações de cozinhas comerciais geram sem controle gorduras, fumaça, vapores e produtos de combustão, segundo o relatório da Universidade. Em 2007, a Agência de Conrole do Ar na Costa Sul dos Estados Unidos revelou que os restaurantes são a segunda fonte de emissões ao ar mais importante da região.
"As emissões de cozinhas comerciais são duas vezes maiores do que as de caminhões pesados com motor a diesel”, afirma o engenheiro chefe da investigação, Bill Weich. "Para comparar: um caminhão de 18 rodas com motor diesel teria que percorrer por estrada 230 quilômetros para lançar ao ar a mesma quantidade de partículas que são emitidas durante a preparação de um só hambúrguer”.
Atualmente, os investigadores estão experimentando um sistema que neutraliza as emissões. Todos os hambúrgueres preparados durante a experiência são enviados a um banco de alimentos local.

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