sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Virado à Paulista


O tradicional prato da cozinha caipira paulista, no almoço deste final de semana (24 e 25/01) no ComTradição. Elaborado com produtos da região acompanhado bistequinha de porco grelhada, arroz com alho, ovos caipira, linguiça caseira, couve refogada no azeite,  banana da terra na manteiga e torresminho. Tudo preparado e servido à vontade no fogão a lenha ao preço de R$ 35,00 por pessoa.




As origens do prato

Existem duas versões para a origem do prato. A primeira diz que seria o farnel dos bandeirantes – que carregavam feijão e farinha e misturavam os dois para comer. A outra, a junção natural de ingredientes comuns desde o século XVI.


Segundo historiadores os bandeirantes carregavam nas bruacas de suas mulas feijão, farinha e toucinho e carnes fritas conservadas na banha. Dessa mistura nasceu o tradicional prato da cozinha caipira paulista.

Mula carregando a bruaca de couro

Os Feijões

Os feijões, que já eram utilizados pelos indígenas antes da chegada dos descobridores e escravos, tiveram seu espaço na dieta de portugueses e negros mas foi bem depois disso que veio a se tornar integrante essencial à alimentação. Os portugueses passaram a consumir o feijão nativo do Brasil, mas somente o brasileiro do século XVI assumiu o habito de consumo acompanhado de peixes e carnes. A farinha e o feijão são dois alimentos nativos brasileiros que constituem ainda hoje a base da nossa alimentação.




O Virado
Originalmente o virado era feito com feijão cozido com caldo ao qual se acrescentava farinha de mandioca. Era comida de comer com a mão. Aos bandeirantes que se embrenhavam pelas matas em busca das minas de ouro e índios para escravizar, bastava levar o feijão e a farinha de mandioca para produzirem um alimento bastante nutritivo.

O Feijão Tropeiro
Tropeiro é a designação dada aos bandeirantes que conduziam as tropas, assim designadas as comitivas de muares e cavalos, que levavam ferramentas para garimpar, instrumentos agrícolas, alimentos, tecidos, açúcar, cachaça e outros bens da Vila de São Vicente e São Paulo para Vila Rica, Mariana e outras localidade da Capitania de São Paulo e das Minas de Ouro. De lá eles traziam o ouro que era fundido em barras em Taubaté para então ser enviado para Portugal. Os tropeiros também levavam as mulas criadas na região que é hoje o Estado do Rio Grande do Sul pra serem vendidas em Sorocaba. Aos tropeiros é atribuída a criação do prato denominado feijão tropeiro.
Para se fazer o feijão tropeiro deve-se fritar toucinho fresco ou defumado cortado em cubinhos com linguiça cortada em rodelas e reservar. O excesso de gordura é descartado e o que sobrar é usado para se fazer um refogado de alho e cebola ao qual se junta o toucinho e a linguiça fritos, feijão cozido com caldo e farinha de mandioca ou de milho ou uma mistura das duas. Cozinha-se bem, acerta-se o sal e pronto. Se quiser pode acrescentar cheiro verde picadinho.

O Tutu de Feijão

É uma variante do feijão tropeiro. A diferença é que no tutu o feijão é amassado (e hoje batido no liquidificador) reduzindo o feijão a uma pasta. De resto o jeito de fazer é praticamente igual ao feijão tropeiro.



Os Temperos

Os índios já tinham o hábito de usar pimentas e acrescentavam sal aos seus alimentos. A mostarda, o coentro, o hortelã, a cebolinha, o manjericão, o alho, a alfavaca, o cravo-da-índia e a canela foram trazidos pelos portugueses à Capitania de São Vicente. Da África eles trouxeram a erva-doce, o gengibre, o açafrão da terra e o gergelim. Cultivados em solo brasileiro seu uso se espalhou pelo Brasil e usados no preparo de pratos doces e salgados.


fonte:


http://centrodetradicoespaulistas.blogspot.com.br/2011/02/culinaria-paulista-do-brasil-colonia.html